sexta-feira, setembro 30, 2005

Saralex em busca das Sanitas Perdidas

O que ides ler aqui é talvez a maior hecatombe literária de que há memória. Sem qualquer tipo de nexo ou raciocínio lógico, prometo partir em busca do pote de ouro que está no fim dos arco-íris assim que terminar esta missiva, uma vez que esta atitude também é tudo menos concebível.
O que é certo é que há uma lógica no meio disto tudo e essa lógica prende-se com o facto de ainda esta manhã eu ter feito a barba (nada mais louco me ocorreu para dizer).

É a crónica de Saralex, uma jovem revoltada que decide juntar-se a um grupo de extremistas radicais daqueles carecas que dobram e partem lanças com o pescoço. Ao chegar à presença dos doidos carecas apenas com uma marmita de três sandes de presunto, uma de carne assada e um pacote de vinho de Casal da Eira, os ditos senhores donos do mosteiro partem para a loucura, uma vez que proíbem a presença de sandes de presunto na abadia daquela irmandade. Saralex procura remediar-se com umas fatias de torresmos que ainda tem no bolso desde a última vez que almoçou na “Taberna do Chico”, mas sem efeito. Os chineses (japoneses, coreanos, tibetanos… pá, só sei que têm os olhos em bico) esbofeteiam Saralex com uma violência tal que esta nem tem tempo de mandar uma mensagem escrita via SMS para Alverca para avisar os pais que já tinha chegado ao destino.
Após vestir o escafandro destinado à sua peleja, Saralex recebe, das mãos do chefe lá do sítio (que, além de partir lanças com o pescoço e andar descalço sobre lâminas, cozinha bacalhau à Gomes de Sá como ninguém) o mapa que a levará ao seu destino: as Sanitas Perdidas.
É verdade, o grande sonho de Saralex era tornar-se numa industrial de porcelanas de casa de banho. E as Sanitas Perdidas eram o cartão de visita para o mundo da pia e do bidé.
Em sonhos, aparecera a Saralex um índio com um nome muito parvo, que lhe dizia que a solução passava pela meditação de dois episódios de “Senhora Dona Lady” e pela leitura de dois livros da colecção “Anita”, sendo os seus títulos: - “Anita na casa de banho” e “Anita na sua viagem à fábrica de porcelanas de casa de banho de Alcabideche”.

Saralex acata a ordem e parte, munida apenas de um piaçaba e de dois WC Patos, em busca das Sanitas Perdidas – localizadas algures entre Valença do Minho e a cidade mexicana de Boston. (Estão aqui a dizer-me que não é mexicana. Não? Ah, pois não, é senegalesa, têm razão).
Pelo caminho, Saralex lembra-se, entre outras coisas parvas, das sábias exortações e conselhos do índio com um nome estúpido – nunca tirar as ramelas dos olhos ao acordar, pois estas servirão de óculos 3D para decifrar o código alfa-numérico inserido no PDA que abrirá a tão procurada gruta – e da cor das cuecas do seu chefe careca. Eram num tom púrpura e a banda elástica forrada com um vermelho muito vivo.
Na sua demanda, Saralex encontra inúmeros perigos, entre os quais uma campanha para as eleições legislativas comandada por Alberto João Jardim. Saralex chora. João Jardim a consola, partindo desde logo para um estonteante e vivo número de dança Hula-Hoop com 57 arcos (recorde regional ainda hoje por destronar).
Chegada ao destino, após cerca de 23 minutos de viagem, Saralex desce do seu rinoceronte e apanha um jacto privado para o aeroporto de Figo Maduro, no qual fará escala durante 97 horas. Servida e importunada por um indiano que tenta a todo o custo, durante essas mesmas intermináveis 97 horas, vender-lhe rosas, Saralex recusa a todo o custo, evocando o facto de os 25 milhões de euros que traz consigo serem para fins meramente comerciais, uma vez que o delegado comercial do Talho LV da Morais Soares a aguarda para uma reunião.
Chegando ao Areeiro, Saralex percebe que não foi boa ideia ir de avião, uma vez que a curta distância e os estragos que provocou com a explosão derivada da queda da aeronave poderiam ter sido evitados. Afinal, não há nenhum aeroporto no Areeiro e agora está tudo a arder.
Depois de ter surripiado os foguetes propulsores que Rocketeer utilizou no seu filme, Saralex voa em direcção a Celorico de Basto. Pelo caminho, cruza-se com um pardalito que lhe diz, ao ouvido, que está errada. Saralex acredita na ave e resolve desligar os propulsores. Auxiliada por dois abutres, a nossa heroína (Alto lá! “Nossa” não, se faz favor. Eu não me drogo) chega, finalmente, ao seu destino. O cansaço toma conta dela e as ramelas pesam já mais de 3,25 quilogramas.
Saralex encontra a gruta e, com a ajuda do seu fiel amigo (não o bacalhau) piaçaba, consegue abrir a mesma com algumas brutas e raivosas marretadas no calhau.
[É que… cansa…]
Ao ver as sanitas perdidas, Saralex é invadida por uma tremenda vontade de defecar. Sem sequer ter tempo para escolher, Saralex senta-se, ao calhas, numa simples mas asseadinha sanita. Os ¾ de hora que ali passa servem para repensar a vida e perceber que os cortinados que tem no seu quarto são realmente pirosos e não condizem com o resto da decoração. Findado que está o acto, a nossa protagonista apercebe-se de que não tem papel higiénico, mas não faz mal, pensa ela, uma vez que o mapa já não serve para nada.

Parece que estou a ver… daqui a um, dois dias, telefonam-me da Matel a perguntar se não queremos (sim, eu e as minhas associadas no negócio) fazer “action-figures”. Tou mesmo a ver, um bonequinho com… bem… não. Não estou nada a ver.

[choro descontrolado]

quarta-feira, setembro 28, 2005

Leiam isto. Ou então não o façam. Dêem antes três saltos à coelho.

O poder da capacidade de ser inconveniente é uma arte marcial que requer, além de um isolamento num daqueles montes para os carecas chineses, poderes especiais. Quantos de nós não fomos já interpolados por um chato? Muitos. Mas como eu não vos consigo ouvir, vou esquecer este parágrafo, uma vez que as vossas sonoras respostas não são por mim audíveis.
[porque é que troquei eu os elementos todos da frase? Estarei eu a tornar-me um Yoda?]
Ao viajar pelo espaço worldwidewebiano dei de caras com algo que me deixa intrigado. Além dos filmes do James Bond. Alguém me explica como é que o senhor ainda tem aquela aparência? O sacana do homem está farto de comer porrada desde os anos sessenta (ou até antes, não sei precisar porque não sou cinéfilo. Sou mais é parvo!) e anda ali, como se nada fosse, a mandar piadas para o ar (manda, mesmo, qual lançador olímpico de bolas de sabão. Sim, lançar bolas de sabão é modalidade olímpica) quando está sentado em cima de sete toneladas de urânio prestes a explodir. Além disso, mantém aquele penteado foleiro.
Voltando ao que me traz aqui – o cultivo de hortaliça. Não, não é o cultivo de hortaliça, é mais os cronistas que escrevem para sítios da web realmente interessantes. Um dos sites que consta da minha lista de favoritos (logo após os sites de todas as juntas de freguesia do concelho de Santarém) é o de uma das televisões privadas portuguesas. Ora, como aquela que começa por “T” é talvez uma das coisas que mais medo me mete (a seguir aos que nela figuram), resta a que começa por “S”. Nesse site os senhores que para lá escrevem as suas crónicas e seus comentários são uns coitados. Todos os dias que os vejo estão sempre com aquela cara de quem quer fazer cocó e os patrões não deixam. Pá, revolta-me. Há outros que, contrariamente aos que estão com vontade de defecar, exibem um semblante possuído pela notável arte que é a evacuação. Trocando por algo que não miúdos, senão José Maria Martins ainda se oferece para meu advogado e eu tenho medo dele, o que eu quero dizer é que há cronistas que, no dia em que tiraram a foto para colocar lá no quadradinho destinado à sua (não sua, sua) tromba, estavam mesmo a fazer cocó. Vê-se pela expressão deles. É certinho como o catorze. Ou como o treze. O número não é importante nesta obtusa e despropositada expressão.
Há ainda quem defenda, nos bastidores da redacção dessa estação televisiva, que as fotos tiradas aos homens da mesma devem ser no decorrer de exames à próstata através de toque rectal. O “Primavera no Chumbo do Matraquilho” sabe, de fonte-luminosa segura, que Carlos Castro procurou imediatamente fazer-se primeiro accionista da televisão independente. Porém, os-cinco-senhores-mais-decadentes-do-mundo-que-têm-um-programa-ao-Domingo-à-noite fizeram birra e disseram que chegaram primeiro.
Antes de mais nada, resta-me dizer que este texto não teve o apoio de nenhuma marca de bacalhaus, que não foi patrocinado por nenhuma marca de sabonetes e que recusa todo e qualquer patrocínio. Pronto, ok. Eu gostava que este texto tivesse sido patrocinado por uma marca de azeite. Ou então por um champô para aniquilar piolhos. Ou então pelos dois.
Porque não?
Porque não.

sexta-feira, setembro 23, 2005

Fármacos em demasia dão nisto. Dão noutras coisas, mas por agora dão nisto.

Não. Claro que não.
Ora aqui está um bom início de texto. Assim, todo e qualquer juízo de valor que quem o lê preconizar é, desde logo, deitado por terra, uma vez que eu nego. Nego. Nego é um bom nome para um brinquedo para crianças entre os 4 e os 6 anos. Talvez um soldado de elite assassino com um sistema de fala integrado que, entre outras coisas, diz: - “Gosto muito de viajar, especialmente pelo extremo-oriente.”, “Cheguei hoje do Iraque e fiz lá muitos amigos. Olha, até tenho a morada de Abdul, o calceteiro chiita.” e “Para o mês que vem vou ao Afeganistão em ‘negócios’. Queres que te traga um souvenir de lá da feira de Cabul?”.
Fui confrontado, esta semana, com um episódio caricato. No meu local de labuta surgiu um senhor vestido com um fato-macaco muito piroso (acho que era de orangotango. Ou seria de babuíno?) e… epá, não consigo, depois de ter feito esta analogia tenho de parar. Não dá… bem, adiante. O senhor chegou à porta e disse: - “quantas precisam?”, ao que eu respondi: - “Boa tarde”. O senhor disse: - “é que eu preciso saber…”, enquanto que eu, por dentro, era corroído pelo instantâneo desejo de lhe pedir para ser um pouco mais específico. Assim que os meus olhos viram o que o primata trazia, tive paz. Afinal ele apenas queria entregar listas telefónicas da estrondosa e paradisíaca Oeiras. Fiz-me de parvo (ok, não me fiz de parvo, mantive-me tal qual como sou) e perguntei ao meu superior hierárquico quantas listas ele queria para a empresa. Uma. Voltei a mirar o asno e disse-lhe: - “uma” (se estávamos numa de síntese e especificidade obtusas, penso que fui explícito o suficiente para o enervar). Recebo a lista telefónica e ouço o mais genial discurso-aliado-a-uma-atitude-imbecil da minha semana. O inepto proferiu o seguinte: - “e não há aí nenhuma gratificaçãozinha?”… [ainda agora cuspi o monitor todo com ‘gafanhotos’ porque, pá, é hilariante]
AHAHAHOHOHOUHUHUHIHIHIHIHIHOHOHOH
[riso-histérico-e-descontrolado-que-não-consigo-parar] “não há aí nenhuma gratificaçãozinha?”… pá, o que fazer? A minha resposta ao mastondonte foi peremptória e honesta: - “pá, da minha parte não…”. A tristeza apoderou-se do coração do bruto. Virou-me as costas e fugiu. Eu ri. Em pé, de braços abertos, soltei uma atemorizada gota de urina. Mas o que é isto? Gratificaçãozinha? O calhau estava à espera do quê? Que eu lhe desse uma medalha de bom comportamento? Que eu o condecorasse com a Ordem de Mérito do Infante D. Henrique? Ah.
É curioso observar o facto de, realmente, não haver tema ou assunto interessante para abordar neste post. Cinjo-me à estupidez inerente ao mesmo e choro. Choro apenas porque as águas do Alviela não são suficientes para irrigar as plantações de tomate do Ribatejo. Se já sabíamos que vinha aí um furacão com problemas de afirmação sexual (“*o Rita”. Não devia ser “a Rita” ou “o Rito”?), porque é que insistimos em deixar a instituição que é o Polícia Sinaleiro desaparecer? [e porque é que esses agentes da autoridade se fazem apresentar com os mais pirosos e tristes chapéus de que há memória desde que Iajuddin Ahmed tomou posse como presidente da República do Bangladesh?]
Mais valia termo-nos mantido calados, uma vez que é no relaxante acto de emborcar sandes de atum que reside toda a problemática do existencialismo dos dias actuais. Quem disse que Platão, enquanto ditava “A República” a um pobre e gay escrivão, não comia uma sandes de atum? Ou, quiçá, de torresmos (mas daqueles bem duros).
Massagens com Halibut na nuca aumentam a performance “arrotal”. Caro amigo, se quer arrotar que nem gente grande, porque não ir já à farmácia e comprar Halibut e um Emplastro Leão? O conceito “Emplastro Leão” assusta-me. Será que o senhor que aparece sobre os ombros das figuras públicas é felino?
Não. Claro que não.

segunda-feira, setembro 19, 2005

O Homem foi à Lua. E os outros homens todos do nosso planeta? Onde é que foram?

Não há coincidências! Sempre desejei começar um texto assim. Agora que o fiz posso partir para a estupidez que tão feliz e sobriamente toma conta deste espaço.
[Espaço – sítio grande muito escuro onde, algures, pairam os restos defecais de Laica e de Neil Armostrong]
Nada de mais concreto há do que a certeza de que os índices de sinistralidade rodoviária aumentaram cerca de, pá, alguns números por cento, devido à instalação parva e desmedida de outdoors de campanha dos principais candidatos às câmaras municipais.
[aos homens que me lêem, fica o aviso, que no fundo é uma obrigação – o que vai ler a seguir tem de ser lido enquanto mastiga incessantemente uma sande de coirato e bebe uma mine (Sagres). Não esquecer o palito no canto direito da boca, os posters de Samantha Fox e de Farra Fawcet como pano de fundo e a constante, imperceptível e interruptora linguagem ordinária]
Q’ xucéde é o seguint (é assim que se deve ler): Após sabermos que Carmona Rodrigues, na sua adolescência, espremia borbulhas e pontos-negros (há muitos na NBA!… ãh?... que tal?... “pontos-negros”… na NBA há muitos jogadores afro-americanos… não sei se… pois.) como quem bebe um copo-de-água e Manuel Maria Carrilho está a fazer um clister opaco enquanto é fotografado para a campanha, resta-nos pensarmos nos danos psicológicos que este cenário pode causar nas mentes do mais incauto e inocente português. Até podiam fazer a campanha com o Crazy Frog. Aposto que um sapo estúpido e plagiador seria o instrumento perfeito na criação daquele mito que são as campanhas para as eleições autárquicas.
Voltando ao que me traz aqui – o fantástico e empolgante workshop de pastelaria que frequentei ali para os lados da Várzea – resta-me acrescentar que o número suplementar é o 5 e que os dois júris que presidem à extracção dos números premiados e à escolha dos cartazes de campanha eleitoral para as autárquicas pertencem a uma organização separatista cuja única finalidade é exterminar os senhores da Santa Casa da Misericórdia que cantam os número e os prémios com a melodia mais estúpida alguma vez criada pelo Homem.
[desabafo] Ainda hoje choro copiosamente quando escuto aquelas pessoas. O que é estranho é que não consigo mudar de canal. Será que há ali hipnotismo? Será que há ali hipismo? Será que há ali mais palavras acabadas em “ismo”?...
“EXTRA! EXTRA!” (o que ‘ouvis’ aqui é um ardina) “Carmona chamou ordinário a Carrilho. Carrilho pondera uma discussão filosófica com vista a debater a origem etimológica da palavra ‘ordinário’ e utiliza, já, ‘A Poética’ de Aristóteles para explicar a Carmona que todos somos ordinários. Carmona rejeita a ideia, diz que são calúnias e anuncia que deixará o Clearasil muito em breve e passará a espalhar argila seca na cara com regularidade, uma vez que não está para perguntar mais vez nenhuma o preço da casa-de-banho que Carrilho construiu quando era ministro da Cultura do governo de Guterres. Mas o governo não era de Portugal? É que estão sempre a dizer: - “ah, o governo de Guterres, o governo de Durão, o governo de Toy”… o quê? Toy não é/foi primeiro-ministro?! Epá, caramba, e eu a pensar que havia certeza no meu discurso.”
Após este ‘pregão’, o ardina que aqui ‘ouviram’ a gritar teve uma trombose, uma vez que não aguentou tanto tempo a gritar sem respirar.

terça-feira, setembro 13, 2005

Salve-se quem puder, gritou o neurónio Seténio (foi o primeiro nome que me ocorreu, não tenho a culpa)

É mister e salutar destacar aqui, neste espaço de genuína e retumbante aquisição de conhecimento parvo, a maravilha que é o arroz de marisco. Arroz de marisco é bom.
Deparei-me, ontem à noite, com uma questão que gostava de compartilhar convosco. E se o marisco ganhasse vida e invadisse o nosso dia-a-dia, preconizando feitos heróicos? Veríamos Fernando, o berbigão atómico, a lutar contra o terrorismo mundial? Será que Josefa, a delícia do mar voadora, se debateria contra a desertificação do baixo Alentejo? Será Gustavo, o camarão flamejante, o salvador das obras do “túnel do Marquês”? Poderá ser Valter, o perceves que faz… que faz… hum… cenas fixes, o defensor dos direitos dos senhores-que-passam-os-dias-a-jogar-damas-sueca-e-dominó-nos-bancos-de-jardim?
Não, claro que não, mas assim eu pude encher algumas linhas com conteúdo absolutamente estúpido sem sequer ter de pensar muito. Além disso, toda e qualquer questão relativamente à coerência deste discurso apenas será alvo de ponderação, e quiçá resposta, na presença do meu engraxador de sapatos. Sim, porque é que tem de ser sempre na presença do advogado? Começo a ficar farto desse chavão do “ai, só falo na presença do meu advogado e não sei quê”. Pois. E se dá uma diarreia ao seu advogado, caro leitor. Ãh? Como é que vai ser? …ah, vai ser com batatas e com um ovo a cavalo. Não. Não vai nada ser com batatas e com um ovo a cavalo. Não responderam à minha questão. Além disso, sempre tentei imaginar um ovo a cavalo. Ainda por cima estrelado. Mas isso não queima o dorso do pobre animal? E o ovo, como é que se equilibra? Será que o ovo, quando está com pressa, calça daquelas botas com esporões para picar o cavalo? Será que o cavalo faz acepção de ovos? “Ah, eu não levo mexidos, só estrelados e escalfados. Os mexidos dão-me cabo dos quadris e eu não aguento”, diz o cavalo. É que… pá, é estúpido.

Deu-se, neste preciso momento, uma hecatombe neurónica no meu cérebro. O mesencéfalo, o bolbo raquiano e o tálamo estão neste momento a gritar que vão votar em José Maria Martins para Presidente da República. Eu estou com medo, porque o tronco encefálico e a ponte estão a dizer que quem queriam ver como Presidente da República era eu. Vou reunir as assinaturas necessárias (vou é ficar com uma tendinite no pulso esquerdo de tanto assinar o meu nome)… ãh? É com assinaturas de outras pessoas? O quê?! Mas que parvoíce!
[suspiro de resignação]
A solução para combater as perdas de urina não é Tena Lady, mas sim ouvir repetidamente, vezes sem conta, “Azar na Praia” e “Alô, alô Maria Antónia” de Nel Monteiro.

sexta-feira, setembro 09, 2005

Seios!! Esta palavra foi só para chamar a atenção. Vêm, assim é que se faz um título... apelativo!

O mundo está chocado. As notícias que nos chegam a cada momento são singulares demais para serem comentadas, por isso não comentarei cada notícia individualmente, mas sim comentarei tudo como um todo.
Feita que está uma das afirmações mais estúpidas por mim proferidas ao longo de cerca de 17 anos de literacia, seguidamente, e num acto de auto-flagelação, interpretarei um monólogo de Gil Vicente em mandarim e, simultaneamente, serei socado no estômago por dois trolhas bielorussos empregados nas obras do “túnel do Marquês”.
Sabe-se hoje que o stress afinal pode prevenir o cancro da mama. Quase que aposto que amanhã vem um cientista qualquer dizer que a ingestão deliberada de gel-de-banho Badedas (que é feito deste gel-de-banho que tantas saudades deixou na geração de 90?) previne a queda de cabelo. Sim, ou vocês duvidam?
Do que não duvido é de uma coisa – nunca fiquei tão atarantado ao ouvir uma notícia desta natureza. O que é que têm a ver seios com agitação? Ok, mal formulada que foi a questão, pergunto outra vez, mas agora com palavras dissemelhantes. O que é que têm a ver mamas com stress? Mais uma vez mal formulada que foi a questão, procederei ao esbofeteamento da minha pessoa vinte vezes seguidas. Pá, o que eu acho é que mamas e stress não têm nada a ver. É como que juntar, num espectáculo no Coliseu dos Recreios, Maria Callas e D’ZRT.
Anseio assistir a um espectáculo desta grandiosidade, mas até lá… pá, “para mim tanto me faz…”. Ahahah, para mim tanto me faz… ai, que este moço é danado para a paródia… é um pândego… um folgazão… um folião… chega David.
Para a Agenda Cultural desta semana fica a sugestão – sr. vereador da cultura da Câmara Municipal de Lisboa, faça o favor de telefonar a Tópê, Zé Milho, Ruca e David (tenho náuseas só de saber que esse pseudo-cantor/rapper tem o mesmo nome – personagem – que eu, mas a vida continua. Era pior partir uma perna e levar um tiro que me atingisse o pâncreas e me deixasse insuficiente para o resto da vida. Quer dizer, pior não era, era só mais trabalhoso, mas isso também não interessa agora) e peça-lhes para não marcarem nenhum concerto para um futuro próximo (favor à humanidade!!) e contacte Maria Callas (se é que a senhora ainda tem voz). Depois, depois é só juntar o útil ao agradável e temos um belo espectáculo.
Cai neve em Nova Iorque… José Cid, onde estás?

quarta-feira, setembro 07, 2005

Saúde, cultura e estupidez de mãos dadas

Será o estúpido hábito que eu tenho em começar um texto sempre com uma interrogação o principal responsável pela fraca qualidade das marcas rodoviárias pintadas nas ciclo-vias do concelho de Algés? Eu diria que sim, mas é também provável que não.
Afinal, não podemos esquecer o facto de a vindima estar perto e os galgos que correm nas planícies montanhosas do Guadiana ainda não terem telefonado a avisar que não vêm jantar a casa.
Façam isso. Escrevam, num parágrafo, tudo o que vos vier à cabeça. Depois, não façam o que eu fiz depois de fazer o que vos disse para fazerem, porque se o fizerem, aí farão, pela primeira vez na vossa vida, o feito mais mal feito de toda a vossa existência, que se resume à utilização do verbo fazer e seus derivados (qual leite e seus derivados) num parágrafo. Garanto-vos que aí, bem, aí só vos apetece… no fundo não vos apetece nada. Apenas vos dará uma ligeira azia e uma vontade incontrolável de jogar Sudoku. Mas isso depois passa. Tomem dois WC Pato azuis (têm de ser azuis). É o que fez a Vanda Stuart. E agora diz que está grávida. Pois, pois. Cá p’ra mim aquilo é uma joint-venture que ela tem com Simara para fornecer WC Patos azuis para a sanita da Simara. Pois, porque WC Patos daquele tamanho só na sanita dessa senhora que não sei mesmo o que faz na vida. É que não sei. Não sei, pronto.

[o “Primavera no Chumbo do Matraquilho” respeita as pessoas em questão]

Fácil era marcar já uma consulta no psiquiatra, mas aí dir-me-iam para eu me dedicar à pesca e essa é uma das expressões mais tristes da língua portuguesa. Tal como é “vai bugiar”.
Eu bugio, tu bugias, ele/ela bugia, nós bugiamos, vós bugiais, eles bugiam.
Bonito.
Já de seguida, a Agenda Cultural que não sugere, obriga. Nesta Agenda Cultural há apenas uma obrigação, uma vez que nada mais há de interessante no mundo.
O “Primavera no Chumbo do Matraquilho” orgulha-se de contribuir para o enchimento de cultura das cabeças dos seus leitores. Como tal, o destaque cultural (o único que faremos) vai para o melhor website do mundo:
www.isaltino.net – o único sítio na web com cara e com o melhor hino de campanha do mundo. Um fartote. [choro]
Tirar macacos do nariz desenvolve a bílis e o esternocleidomastoideu.

segunda-feira, setembro 05, 2005

A Carochinha está viúva, ou já se esqueceram?!

Façamos uma vénia à problemática do ovo podre. É verdade. O que seria do frigorífico português sem o seu ovo podre, bem lá no meio dos outros ovos? É certo que não sei mesmo o que seria do frigorífico português sem o seu ovo podre, mas sei bem o que seria do João Ratão se este não se tivesse mandado para dentro de um caldeirão com feijão ao lume. Pois. Sabem qual a razão pela qual Ratão foi a casa e se precipitou dentro de um caldeirão? Porque estava a caminho da missa com Carochinha e Carochinha, num acesso de estúpida preocupação, lembrou-se de que tinha deixado o leque em casa, mesmo debaixo da colecção de revistas Maria. Ora o pobre do João Ratão lá foi a casa, como bom homem de família, para ir buscar o leque. Agora expliquem-me o porquê da exigência de Carochinha. É ou não é de correr já para a nossa estereofonia e colocarmos o nosso primeiro vinil de Marco Paulo enquanto choramos intensa e copiosamente? É.
Olhemos para esta mulher-insecto completamente tresloucada, desvairada, endoidecida e devassa.
Primeiro, qual é *a insecta que se põe à janela para arranjar um marido e se mete com tudo o que mexe? Para um cão lhe ter dado bola, é porque a Carochinha se pôs com atitudes menos honradas e, não me venham com histórias, é porque também não vestia nada da cintura para cima.
Segundo, qual é a ideia de ela só querer casar com animais que não os da sua espécie? Será que um Carochinho não servia? Teve de ser um rato?! Caramba, pá!
Terceiro, o que é a Carochinha andava a tomar para se apaixonar por um rato! Um insecto e um rato… hum, porque é que será que isto, cá p’ra mim, cheira-me a casamento por dinheiro? João Ratão, como todos sabemos, não se chamava João Ratão mas sim Jans Von Ratzen – um legítimo descende de uma linhagem de nobres holandeses com hábitos de mergulho muito estranhos.
Quarto, como é que um rato cai dentro de um caldeirão? É que… sinceramente. Isto é ou não é uma forma bem estúpida que o/a criador/a desta história arranjou para exercer os seus requintados dotes de sadismo e malvadez? Claro está que o João Ratão só caiu para dentro de um caldeirão com feijão ao lume porque na época ainda não existiam Uzi’s ou Kalashnikov’s porque senão, ah, aí eu sei bem qual seria o fim do João Ratão. Já imagino o processo de escrita do autor. Enquanto bebia uma chávena de chá de uma planta medicinal com um nome muito estúpido, o/a autor/a desta história deve ter escrito isto:
“Enquanto regressava a casa para ir buscar o leque de sua amada, Ratão foi abordado por um grupo de radicais de extrema-direita que, além de serem de extrema-direita, eram militantes do Partido Popular Monárquico, trajavam pullovers aos losangos e gritavam palavras de ordem como: ‘sabemos onde está o Bin-Laden, sabemos onde está o Elvis e também sabemos onde está Júlio Isidro!’. Aí, Ratão, amedrontado, corre, e, enquanto está a abrir a porta com um pé de ornitorrinco (porque é que tem de ser ‘pé de cabra’?...também podemos variar um pouco, não?) para entrar em casa, tropeça numa armadilha para renas ali colocada transanteontem por ele mesmo para afugentar Rudolph, a Rena, que queria casar com a Carochinha. Ora, já sem um pé e a ler a última edição da 'Super Jovem', João Ratão começa a ver a vida a andar para trás e decide voar. Mas os ratos não voam. Então, os militantes do PPM despejam rajadas incessantes de projécteis na direcção de Ratão. João Ratão desvia-se como pode da fúria do arsenal militar de baixo orçamento dos bandidos, mas as forças e a presença de espírito começam a faltar ao nosso herói.
[o “Primavera no Chumbo do Matraquilho” sabe, de fonte segura, que os irmãos Wachowski se inspiraram nesta narrativa para mostrarem a Neo como este se devia esquivar das balas]
O esforço foi em vão. Ratão, agora moribundo, profere as suas últimas frases, sendo que uma delas é: - “não deixem o Manuel Luís Goucha regressar de férias com o seu programa!”. Além desta, João Ratão confessa que foi ele quem cometeu o crime do padre Amaro e não o padre Amaro.

Os radicais extremistas não lamentam o sucedido. Orgulham-se por terem contribuído para que um rato não morresse ao cair num caldeirão cheio de feijão, mas sim que morresse fuzilado, à traição.”.
Porque sim.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Conspiremos, então... #2

Há supermercados em Portugal a praticar preços do arco-da-velha. Agora, onde é que fica esse tal arco-da-velha? É que tudo vem de lá… Afinal quem tinha (e tem) razão era Akito Morita, empresário japonês de sucesso que marcou a economia japonesa, e até mesmo mundial, nos anos oitenta, como todos nós sabemos. E essa economia apenas subsistiu porque génios como o Borunário-Mor da Confraria da Broa de Avintes, Joaquim Costa Gomes, não deixaram de colher girassóis à beira da EN10.
É certo que Jorge Kapinha, o mais famoso… o mais famoso… pá, não sei, mas é certo que ele joga Mastermind como ninguém. Ainda no outro dia o vi jogar contra Anakin Skywalker e garanto que quando ele se põe de pé e canta “És a rainha da noite” e dança… ai! …sim, foi Anakin quem se levantou, cantou e dançou. Ou pensavam que tinha sido Kapinha? Era bom era. Isso também queria eu.
É que a demora da resposta de Yuri Lujkov, presidente da Câmara Municipal de Moscovo, já me leva a questionar o porquê de não se venderem, já ali, corta-unhas com acesso de banda-larga à net. É que faz falta.
Afinal é nas pequenas coisas que se vê a grandeza do povo português. E haverá coisa *mais grande do que a bela constatação de que somos os melhores em tudo o que é mau na Europa? Claro que sim, mas isso também não interessa agora.
Perguntei a Maurício Mattar [saudade] e ele disse-me que o melhor de Portugal é a Alfândega de Vilar Formoso. Estranho, sempre pensei que fossem os perceves que estão à venda num miradouro da Nazaré. Ou até o simples facto de termos um líder da oposição, pigmeu, que domina a arte do body-board e que, por sinal, também deve comer o seu percevezito.
De facto, a palavra “percevezito” deixa-me banzado. Tenho medo de começar a utilizar diminutivos para tudo quanto é palavra e que, a próxima vez que me perguntarem o nome, me anuncie como Davidzito.
Quantas vezes não disse eu que o nosso país devia ser governado pelos Okapis? Estou farto de o dizer a Sócrates (sim, o grego, não o nosso primeiro-ministro) que um Okapi alia competências diversas. Ora, se tem cabeça de girafa, corpo de veado e patas de zebra… pá… querem argumentos mais convincentes do que estes? Escrevam isto: “Já faltou mais para que um Okapi, pela manhã, lave os dentes em S. Bento”.
É pungente apurar que a dimensão peremptória de um parco discurso metafórico não coadune com os dogmas anteriormente preestabelecidos.

…caramba pá, ninguém me compreende.

quinta-feira, setembro 01, 2005

Conspiremos, então... #1

Será a Família Galaró responsável pela desertificação do interior e pela crescente litoralização do nosso país? Será que a macrocefalia daqueles seres os impede de vislumbrarem o que é o óbvio? Que a falta de água no nosso país se deve, sobretudo, ao aumento de lobotomias executadas por pasteleiros.
Serão as piloselas-das-boticas plantadas nos jardins de Belém que impedem a aquisição de conhecimento matemático por parte dos aprendizes deste canto europeu? Se sim, porque é que palavras como “pimpinela” e “figulina” estão presentes no dicionário?
Serão esses estafermos capazes de me explicar o porquê da inserção de golfinhos azuis nos sacos de gomas? Azuis?! Com franqueza, pá.
Razão tinha Friedrich Schiller quando, na região da Suábia, Estado de Baden-Württemberg, nos lembrou, na sua excelsa criação – “Wilhem Tell, Kabala und Liebe” – que o patinho-feio era um cisne e não um papa-formigas como todos os tratadores do Jardim Zoológico de Bujumbura assim cuidavam.
Todos sabemos, e é o que eu tenho dito todos os dias à porteira do meu prédio, que os fármacos citostáticos que actuam por interacção com o ADN, como são exemplos a ciclofosfamida, a mitomicina C ou a cisplatina, estão associados ao aparecimento de infecções relacionadas com a neutropenia resultante da mielossupressão.
Ora se uma boa feijoada à transmontana não leva, nem nunca levará, Cerelac, porque é que continuamos a investir, ali para os lados dos jardins da Encarnação, na criação de novos talentos da bisca dos três?
Cá p’ra mim, a principal razão de tamanha discórdia na cor dos cortinados da casa que está encostada à fonte, no Portugal dos Pequeninos, é o facto de haver no nosso país uma lei que obrigue um condutor a, quando sai do seu bólide, vestir uma gabardina para festas de transe psicadélico. Proponho então, que na compra de um colecte retro-reflector, sejam distribuídas, gratuitamente, dez “pastilhas” e três garrafas de água. Assim um gajo quando sai do carro e veste o colete sempre pode começar a bombar. Parece-me razoável.
Resta a Larry Fitzgerald, “wide receiver” dos Arizona Cardinals, corroborar o discurso de Mário Soares porque senão… bem, até tenho medo do que Vanda Stuart possa fazer. Não se esqueçam que estamos a falar da companheira de James P. Sullivan, esse monstro grande azul que detém o recorde de sustos na cidade de Monstropolis.

Vidas…