terça-feira, setembro 19, 2006

A Odisseia de Josélito no País da Farfalhuda #22

Anteriores histórias, anteriores páginas deste folhetim neste local. (meus senhores isto sim é um link)
Capítulo XXII
Se Zé Tó parasse naquele momento, a meio caminho entre o Perigo!, que já tinha deixado para trás juntamente com um cotonete, e a Morte! sabia que não chegaria a Vila Velha de Rodão à hora da festa popular. Não teria direito à tradicional sopa do cozido nem à típica fritada de carne de rameira. Nem poderia atirar uma pedra no espectáculo de apedrejamento da mulher adúltera. Foram estes pensamentos que o fizeram acelerar o passo em direcção à terra da felicidade, onde o homem pode espancar uma mulher, onde o Homem pode ser mulher, e homem, ao mesmo tempo. Mas não era facilmente que se passava pela Morte!. Atrás das casinhas dos souvenirs ou recuerdos (depende do grau de bimba e pimbalhice) escondiam-se velhas sedentas não de sangue nem de ouro mas sim de sexo. A Morte! era mais lasciva e luxuriante que um bordel da Avenida Duque Loulé a partir das 22 horas e Zé Tó sabia-se incapaz de resistir às ancas flácidas e repugnantes das velhas que se bamboleavam semi-nuas ao som de um remix de Shakira com Rita Guerra ("As Hips do Cavaleiro Andante don't Lie"). Mas foi a aparição de uma idosa vestida de samarra (apenas) que o fez desistir da ida para Vila Velha de Rodão, das suas meretrizes fritas e das suas mulheres devassas apedrejadas com pedrinhas pequeninas. Muitas. Era o olhar de carneiro bem morto (ela aparentava 200 anos) e a saliva que escorria pelos cantos da boca que fascinaram Zé Tó. Até porque ele sempre tinha achado, enquanto comia a papa e assistia ao programa do Avô Cantigas, que a avó dele era uma boazona.
Continua aqui.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Indelicadezas # 1

Pergunta-me coisas em catadupa. Mesmo assim, sem concessões. Deixa a saliva saltar-me para a cara, se assim o entenderes. Com a saliva deixa sair algumas verdades inconsequentes e deixa as outras para menores disparos. Depois ajuda-me a limpar os teus restos. E a dá-los aos animais. Da minha estimação pura.

terça-feira, setembro 05, 2006

Pode repetir?

Em debandada. PERIGO DE QUEDA!
Desabando. Tremendo quando lhe passavam a mão pelo pêlo.
Cão fiel. Também se abatem.
Por aqui, nesta direcção, se faz favor. Bilhete só de ida.
Dormir na morgue. Fingir o embalsamento, de olhos estáticos.
Estoicos.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Crónicas de umas crónicas que, outrora, não foram crónicas, mas sim notícias.

Resposta possível á ultima questão deste texto – um vinho?

Neste momento assumo a forma de uma bióloga ou de um jornalista que escreve romances com 29 milhões de páginas.
[Puxa, que isto de assumir a forma dói]
Faço minhas as palavras de António Fiúza: - “porque douia a quem doeri…”, vocês hão-de ler isto até ao fim.
O relato que estais lendo é espelho de uma inquietude magnanimamente parva. Fora as palavras caras, isto continua sem ter qualquer nexo. Mas não vos deixeis levar pelo entusiasmo ou pela utópica sensação de que o que ides ler terá qualidade. Também… era o que faltava.
Tenho sido confrontado com muita matéria, mas, de momento, nada me preocupa mais do que o novo CD de Susana Pragosa. Bem, ok, isso é secundário, se bem que continue a ser preocupante.

O futebol preocupa-me.
Desde jogadores com o número 20 nas costas que não são comprados nem pelo Amora Futebol Clube até clubes com presidentes cujo sotaque beirão faz inveja a qualquer habitante de “Abrabezez”, “Cabanões”, “Trabassóssze” ou “Fataúnssos”, o futebol português faz-me pensar. Mas pensar mesmo a sério. Assim, tipo, conexões nervosas no interior do meu cortéx. Impulsos entre neurónios. Mas mesmo verdadeiros. Não acreditam? Olhem que é verdade.

Jorge Gabriel quer ser treinador de futebol. Não vejo qual o mal. O senhor tem direito. Se nomes como Jorge Jesus, Manuel Machado e Luís Campos figuram no panorama de treinadores nacionais, então o apresentador da ‘Praça da Alegria’ também tem direito. Ok, isto soou bem estranho. No entanto, há aqui um problema:
Enigma deste texto: – Todos sabemos que Jorge Gabriel nunca levou com uma porta na cara, mesmo que lhe tenham fechado uma porta na cara. Como é isto possível?
Resposta – o tamanho dos pés do homem explica tudo. Este senhor é conhecido por destruir estúdios inteiros de televisão quando se senta e cruza a perna. Há quem jogue ao limbo nesses momentos. Porque é que Pickolé (a palhaça da ‘Praça da Alegria’) está assim? Porque um dia, Gabriel sentou-se, cruzou a perna com um pouco mais de força, e atingiu a pobre coitada na cabeça, mesmo na zona da têmpora. Ora, a pobre nunca mais foi a mesma.
Mas, voltado ao assunto ‘Jorge Gabriel será Treinador de Futebol’. Se o desgraçado tem uns pés estupidamente grandes, vai ser complicado dar indicações para dentro do campo. Porquê? Passo a explicar: Há uma área, delimitada por um tracejado a giz no relvado, fora das quatro linhas. Mesmo que Jorge Gabriel esteja dentro desse tracejado, estará constantemente a ser admoestado pelo 4º árbitro, uma vez que os seus pés entrarão em campo, mesmo que este tenha todo o seu corpo fora do relvado de jogo. A partida poderá mesmo ser interrompida. Já estou a imaginar o 4º árbitro: “ó ó ó ó ó ó mister Gabriel, xaia lá de campo, hómeim! Axim num póde schêr. Já é a oitaba bez que entra em cáumpo!”.
Só uma pergunta. Nelo Vingada? Não havia outro nome?

Whitney Houston cantou: “I wanna dance with somebody…” – agora? Agora ninguém quer dançar com ela. Enfim.

Laurentino Dias não é, repito, NÃO É, nome para alguém ligado ao desporto. Este senhor é Secretário de Estado do Desporto. Laurentino? LAURENTINO? Laurentino, quanto muito, é nome de marceneiro. Agora, de alguém ligado ao desporto? Por favor. É como Valentim. Não é concebível. Por isso é que isto está como está. Com pessoas com nomes destes à frente do futebol. Queriam o quê?
Jacó, Damas, Vítor, Chalana, Eusébio, Torres… isto sim, são nomes para alguém ligado ao desporto, com cargos altos. Agora Laurentino. É que nem respeito transmite.

MAS… QUEM É O MATEUS?