quinta-feira, junho 30, 2005

Verdade televisiva, onde estás?

Chamem-me estúpido, chamem-me o que quiserem. Pronto, ‘stá bem, o que quiserem também não, porque há nomes bem feios e ordinários e eu sou uma pessoa sensível e depois fico triste e magoado.
É verdade. Assusta-me o facto de a maior estação de televisão do mundo – sim, a TVI, ou pensavam que eu ia escrever CNN ou BBC? – ocultar verdades ao espectro (o que quer que isso queira dizer em concreto) televisivo.
Ontem, ás oito da noite, fez-se luz no meu ser. Sim, voltei a por os dedos na tomada do secador da casa de banho depois de tomar duche. Mas além disso, houve algo que me despertou a atenção. Quem é o Jornal Nacional? Esta é a questão que assola as mentes dos portugueses. Ok, dos lisboetas. Dos habitantes do bairro de Alfornelos? Das três famílias que ainda vêm o Jornal Nacional com prazer... ok, de mim.
O que se passa é que quando Manuela Moura Guedes inicia mais uma odisseia jornalística, apresenta-se. Ela diz, e passo a citar (e agora não se esqueçam de ler o que vou escrever a seguir em voz alta o suficiente para se ouvir num raio de 300 metros, com a boca bem aberta, olhos esbugalhados e ar ameaçador): - “Boa noite, eu sou a Manuela Moura Guedes e este é o Jornal Nacional”. Por “este” entende-se um pronome demonstrativo, designativo da pessoa ou coisa que está perto de quem fala (do lat. iste-, «id.») – definição encontrada num dicionário que não vou dizer qual é porque eles não me pagam para isso.
Ora, se Manuela Moura Guedes apresenta o Jornal Nacional, porque raio é que nunca o conhecemos? E porque é que nunca o vimos? Quando ela dissesse: - “(...) e este é o Jornal Nacional”, devia de haver uma câmara que apontasse para alguém. Isto revolta-me (ponto de exclamação...indignação)! Quem é que o Jornal Nacional pensa que é para não dar a cara? Ao menos punham-lhe uma daquelas vozes distorcidas – gosto particularmente quando é uma mulher, que graças aquela tecnologia fica com a voz mais grave que a de João Malheiro – e esbatiam-lhe a cara (graficamente, claro). Aí a verdade jornalística viria ao de cima. Isso far-me-ia feliz em meu coração.

Agora com licença que eu tenho de ir tirar os rolos do cabelo (já estou a queimar o couro cabeludo).
Se é couro, não devia ser cabeludo, certo? O couro não é liso? Basta!

terça-feira, junho 28, 2005

Há dias assim

O que estão prestes a ler passou-se numa aula de Análise Estatística. Nunca o desespero me levou a tal rasgo de escrita. Foi há já algum tempo (meses) mas só agora tive coragem de o trazer a público.
Era de tarde. Passavam cerca de 54 minutos das duas da tarde. O cérebro de David Santos chegava a um ponto de saturação tal que os seus cabelos, bem como o seu estômago, manifestavam-se, gritando: “O QUE É ISTO? QU’E’Q VEM A SER ISTO? NÃO ÉS CAPAZ NEM SEQUER DE FAZER UM GRÁFICO?”… David estava estupefacto com as explicações do seu professor. A monocórdica voz do mesmo contrastava com o som de teclas de teclados de computadores a serem freneticamente pressionadas, como se de uma orquestra sinfónica se tratasse.
Quatro minutos depois, David Santos acabava de escrever o parágrafo mais estúpido da sua vida. Em sete linhas, não existia linha de raciocínio nem sequer tampouco um rasgo de inteligência. Simplesmente… mera parvoíce. Parvoíce essa que vinha a ser tratada – com afinco, diga-se de passagem – desde as 13:30 na sala de computadores de número um, no piso -1 da Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa. Afinal, se era para se ser parvo, ia-se ao limite da parvoíce, com descrições que nem lembravam sequer ao mais incauto dos mortais.
Os alunos balbuciavam palavras cuja sonoridade se assemelhava mais a um: “éh touro” no meio de uma largada de touros em plena vila de Barrancos. Telma proferia as palavras: “ãh? Eu não ouvi…” e todo o resto do mundo se perdia no meio de tão eloquente discurso. E os minutos passavam. E o estado de latência era tal que já nem os dedos acertavam nas tecla.d+gojwdgs. (como se pode ver um pouco atrás no texto). Alguém do universo turmal expunha dúvidas qual Carlos Lopes a cortar a meta da Maratona Olímpica em 1984 no primeiro lugar que levou Portugal às lágrimas, qual José Cid sentado em cima de um cavalo a cantar “Na Cabana” – que por sinal também levou Portugal inteiro às lágrimas, mas de tristeza e incapacidade de fabricar armas químicas para deixar algures no castelo daquele que se dá pelo nome de “maior autor de rock progressivo de toda a música nacional”. …é de relembrar que sou o primeiro a opor-me a esta medida. Apenas retratei um facto da realidade portuguesa.
Mas afinal, ainda faltavam cerca de trinta minutos. O desespero começava a tomar conta de Santos. Estavam a ser discutidas as notas de acesso dos alunos da ESCS. COMO SE NÃO HOUVESSE MAIS NADA PARA FAZER EM DUAS MÍSERAS HORAS!!!!!!!...afinal, a pesca submarina, a construção do dique do Alviela ou a simples criação de macramé eram meras alternativas sociais capazes de levar o mais simples e ingénuo dos alunos escsianos à felicidade total.
Olhava-se para a parede e a única coisa que se via era um quadro, cheio de números e tabelas sobre cuja tela incidia a cabeça (em forma de sombra) do docente, esse monstro da estatística que, contrariamente ao Papão, não comia criancinhas – até porque isso hoje em dia mete o DIAP (Departamento de Investigação e Acção Penal) e o MP (Ministério Público) ao barulho – mas deixava-nos a nós, meras criancinhas universitárias (politécnicas) à beira da loucura – estado no qual eu próprio já me encontro.
Faltam dezasseis minutos… o “reflexo do desespero” – citado pela colega Mónica – invadia o ser de David Santos. MEDO. …ALEGRIA, logo após estas duas linhas, pois o representante do saber estatístico expressou a seguinte frase: “bom fim-de-semana”. ALEGRIA. HIP…HIP…Opótamo.

segunda-feira, junho 27, 2005

Sem nexo

Há duas coisas que não dispenso. Se pensam que vou dizer: - “um brandy, um roupão, um bom livro e uma poltrona", estão muito enganados. Também eram mais do que duas coisas por isso estavam enganados duas vezes. Nhanhanhanhanhanha. ...e vamos fingir que isto não aconteceu.
Primeiro, não dispenso uma boa troca de ideias, um debate intelectual, com alguém mentalmente inferior a mim (porque sei que ganho). Sim, eu sei, só há em Portugal duas pessoas assim: - a co-apresentadora de “Você na TV” (Cristina Ferreira) e a ministra da Educação (Maria de Lurdes Rodrigues). Segundo, não dispenso, no mínimo, um “Publish post” semanal, no mínimo, neste encontro de saber que é o “Primavera no chumbo do matraquilho”. É por isso que este post é isso mesmo que vocês estão a pensar que é. Se não estão a pensar que é o que eu estou a pensar que vocês pensam que é, não faz mal, ficou a intenção e o parvo jogo de palavras.
Há duas coisas que dispenso. Relembrar José Figueiras a cantar o tirolês e relembrar José Figueiras a cantar o tirolês. É verdade, o trauma é grande.
Há duas coisas que não mudam. A minha roupa interior e a teimosia da minha mãe, que insiste que eu tenho de mudar de roupa interior.
Há duas coisas estranhas no mundo. Primeiro, um pasteleiro português, da Madeira, construiu a que será a maior escultura de açúcar do mundo, com 7,75 metros de altura, dois metros de largura, dois de comprimento e com um peso de duas toneladas. Segundo, uma equipa de pasteleiros polacos preparou o maior bolo da Polónia, uma réplica da cidade de Jaroslaw, com quatro metros de comprimento, 3,68 metros de largura e 1,5 metros de altura. Foram utilizados quatro mil ovos, 145 kg de açúcar, 200 kg de manteiga e 150 kg de chocolate. Fernando Mendes e Simara foram convidados para provadores oficiais. As galinhas polacas já convocaram uma manif em frente à capoeira do sr. Vassili, lá para os lados de Jaroslaw, para protestarem contra o aumento de exploração. Após quatro mil ovos postos, a única coisa útil que as galinhas polacas farão no resto das suas vidas será... não sei.
E eu pergunto – o que é que se passa com os pasteleiros mundiais? Estas ideias saem naturalmente? Como é que é? Acorda-se de manhã e diz-se, enquanto se vai a caminho da casa da banho, “epá, hoje vou gastar todas as minhas economias de uma vida para fazer o maior bolo do mundo, entrar para o Guiness, convidar a cidade inteira para comer o meu bolo e ficar paupérrimo quando só restarem as migalhas”.
Há duas coisas a realçar. A tremenda falta de lucidez deste post e a utilização da palavra “paupérrimo”.

Um bom dia.

domingo, junho 26, 2005

Jogo de Associação Livre #1

Reformulando um pouco o conceito aplicado na escrita de associação livre decidimos (EuMesmo e Anaoj) iniciar um jogo que consistia numa troca de palavras que fluíria ao ritmo da associação cerebral. As palavras são, então, aqui expostas na sua ordem original e com uma distinção de cores que é destacada no final. As associações de ideias e palavras são da exclusiva responsabilidade dos autores e, apesar de parecerem não ter qualquer tipo de ligação entre si, na cabeça dos autores tudo faz sentido. Obrigado.
Ãããããããhhhh bimba actor que faz de sr. Pires peúgo raquete set a minha irmã pijama ursinhos quem comeu a minha sopa? Pedofilia catalina pestana pintar o cabelo feira-nova a baixo preço está o chourição só no quarta-feirão pornografia zé castelo branco arraial pride Sócrates boatos anormais o armando gama ser a mesma pessoa que o 1º actor do rex, o cao policia max o plano maquiavelico do robot barbara norton de matos para dominar o mundo atraves dos emprestimos bancários prostituta branca de neve cocaína alice no pais das maravilhas cenouras ingleses no Algarve zezé camarinha granizo manuela bravo festival da canção dana internacional desfolhada virgens suicidas horóscopo maya abelha kalimero cu isabel figueiras hi5 big brother 1984 ano em k nasceu o pai de namorado de michael jackson apodrecer morangos com açúcar chocolate com pimenta encher chouriços cozido à portuguesa açores independência will smith boneca insuflável aniversário são marcos correios logotipo amaricado do tipo num cavalo com um desentupidor de canos na boca trumps tatiana romanov comunista uma gaivota voava voava época da caça bang bang nancy sinatra nome de emigrante cátia vanessa nome de travesti do conde redondo 100 as doce cárie broca boss ac wc raul proença zélia fernando rocha matumbina estupidez eduardo madeira estar vivo êxtase pseudo-reporteres amaricados 5 estrelas pancada na cabeça de um desenho animado coyote acme acne teresa guilherme
Anaoj
Eumesmo

Momento Letras de Músicas #3


"A Gente Vai Continuar"

Tira a mão do queixo, não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota

Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar

Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém, não
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo

Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar

Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar

-Jorge Palma-

Momento Letras de Músicas #2


"Perfect Time"

because i never really wanted
but now it's a part of me
i discovered it at your side
when you licked my scars
now we are getting so strong

now i feel at home again
i'm not pure but i am clean
i just want to be at your side
give a meaning to my time
now my seconds are for you

space me out
scare me out
heaven me in
doubt me out
heaven me in...

-Hipnótica-

sábado, junho 25, 2005

Notas de um parvo #1

Foi uma semana agitada. E não, não foi agitada do tipo: agitar antes de beber. (Ok, acabei de formular a pior piada da minha vida…punir-me-ei severamente no final deste post).
A manifestação da Frente Nacional reuniu cinco apoiantes, sendo que dois deles vieram ao Martim Moniz nos respectivos caixões (Oliveira Salazar e Adolf Hitler). Pelo que sei, quem teve a ganhar com esta manifestação foram as barbearias ali da zona, porque muito do estudante que não tinha nada para fazer na tarde pensou, enquanto fumava uma broca: - “bem, tou aqui em casa sem fazer népes, vou mas é pá manif da Frente Nacional…epá, mas tenho é de rapar o cabelo…ok, na boa!”.
Depois foi aquele caso em que foram extraditados dos Açores para Lisboa dois gajos que estavam para ser julgados por cozinharem cozido fora lá daqueles buracos-no-chão-que-deitam-fumo-e-são-quentes. (Sim, não sei o nome dessas coisas). Porque é que foram extraditados? Porque a nova Ministra da Educação afirmou que as leis dos Açores são diferentes das de Lisboa. Claro, não podiam ser julgados lá nas ilhas, senão condenavam os pobres coitados à morte (apedrejamento em praça pública) por terem feito cozido à portuguesa em casa e não nos tais buracos no chão.
Depois foi a manifestação dos polícias em frente ao ministério da Administração Interna. Foi grande a confusão, porque às tantas não se sabia quem era polícia e quem não era. Para que é que aquela manifestação precisou de policiamento? Mas os senhores que a fizeram não são polícias? Não sabiam eles, melhor do que ninguém, as regras para uma manifestação organizada? Começo a pensar que aquilo eram tudo actores da agência que contrata actores para o “Fiel ou Infiel” – esse live show de culto que combate, na interminável batalha das audiências, com Conan O’brien e Ophra Winfrey (não sei se é assim que se escreve, mas é aquela senhora que ganha mais do que o Presidente da República, o Sr. Dr. Jorge Sampaio)…ok, toda a gente ganha mais do que Jorge Sampaio.
Outra. Aquilo lá na manifestação dos polícias era tudo “Costas”. Era o agente Costa, o agente Costa, o agente Costa e o agente Costa – isto só no espaço de dois metros quadrados. O problema foi quando começaram a gritar palavras de ordem e insultos e se esqueceram que o apelido do ministro é Costa. “Ó Costa, vai para…”. Pois, foi como se tivessem soltado tigres na arena do Coliseu. Não, no dos Recreios não, porque está lá o Filipe La Féria. Quer dizer, se calhar nem fazia mal soltarem lá um ou dois tigres. Assim na desportiva.
Por fim, Artur Albarran foi detido por branqueamento de capitais. Mas não era só dentes que ele branqueava? Que o senhor tinha uns dentes branquinhos bons para os anúncios televisivos, já todos sabíamos, agora não sabíamos era que ele também branqueava outra coisa. Mas sabe-se agora que Albarran foi liberto. Por momentos foi o drama, a tragédia, o horror. Foram imagens reais, que terminaram com a saída da sala de audiências do mais galã dos apresentadores de televisão a seguir a José Figueiras.
E eu estreei uns boxer’s.

sexta-feira, junho 24, 2005

A piada do século #5

- Não sei porquê mas não consigo ver os "Piratas das Caraíbas" no PC!

- Se calhar tens um PC anti-piratas...

Vejam isto e depressa... #1


Revi pela quarta vez este filme na quarta-feira no quarteto (reparem na estranha coincidência de palavras), por 1,5€, num ciclo de filmes que ganharam Oscars o ano passado (atenção: o ciclo acaba já no sábado) e cada vez o filme parece melhor. Por isso vejam-no: "Eternal Sunshine of the Spotless Mind" ou em português "O Despertar da Mente"(?!).
Joel: Why do I fall in love with every woman I see who shows me the least bit of attention?
__________________________
Joel: I don't see anything I don't like about you.
Clementine: But you will! But you will, and I'll get bored with you and feel trapped, because that's what happens with me.
Joel: Okay.

Um sonho que tive...

Estava na praia com a minha família. Alguns foram tomar banho porque estava calor. De um momento para o outro, enquanto eu lia, começo a aperceber-me de que os meus familiares caíam ao meu lado como se tivessem sido projectados por uma catapulta. Viro-me para o mar e percebo porquê. Havia [sim, o verbo haver quando é sinónimo de existir conjuga-se no singular] ondas de 17 metros que pareciam ter vida própria. Toda a gente grita, instala-se o pânico, começo a perceber que nunca tinha estado numa praia igual àquela. Começamos a correr pela praia aos gritos, inclusivamente os meus familiares que tinham sido projectados por ondas de 17 metros e que, milagrosamente, se encontravam de perfeita saúde. De um momento para o outro todos se acalmam e sentam-se de novo. Passado alguns minutos um velho olha para uma montanha altíssima que se localizava atrás da praia e aponta para umas coisas que pareciam ser ondas gigantes. Sim, eu sei que é muito estranho haver montanhas tipo Himalaias atrás de uma praia e, mais estranho ainda, haver ondas gigantes que se formam nessas montanhas, no entanto eu não disse que isto é realidade, foi um sonho e espero que continue a ser. Continuando, o velho aponta para as ondas gigantes que se erguem das montanhas e a praia em peso entra de novo em pânico, começando toda a gente a gritar e a correr de um lado para o outro. Não esquecer que as ondas da praia continuavam a ter 17 metros mas que por razões inexplicáveis não rebentavam nem avançavam para a areia. Portanto, não havia local para fugir. Estávamos cercados. Do nada, alguém pára, aponta para as ondas da montanha e repara que são nuvens. O velho é espancado. A praia volta ao "normal". Olho para o lado e vejo um bar que surgiu de repente. Toda a gente se esconde (do quê, não sei) no bar . O bar tem uma cave, para onde me dirigo para me sentar. Encontro todo o elenco da série "Liga de Cavalheiros"(são só 4) a tentar descobrir, em conjunto, a letra de uma música de que já não me recordo. Olho pela janela (lembrem-se que eu estava numa cave, portanto não sei como havia janela) e vejo um barco tipo cacilheiro a chegar à praia. Aviso todos da chegada do barco e começo a ouvir uma música tipo cruzeiro mediterrânico. O meu irmão aparece a dizer que a namorada ganhou um concurso. O barco, sem ninguém dar por isso, a não ser eu, não pára quando o mar termina e continua a flutuar pela areia passando pelo bar onde eu estava. Reparamos que o barco está cheio de zombies. As pessoas do bar transformam-se todas em zombies e eu, para escapar, finjo que também sou um zombie. O bar começa a mover-se e de um momento para o outro estou no meio de uma cidade de zombies com arranha-céus...

O telefone toca...acordo...

quarta-feira, junho 22, 2005

Encontros imediatos

Hoje andei de metro – algo que não fazia há muito tempo. O metropolitano de Lisboa é uma instituição. Um autêntico chamariz para os figurantes da “Twilight Zone”. É mais do que o Martim Moniz numa tarde de sábado.
Foram 13 longas e penosas estações. Só a voz da jovem que nos informa antes de nos aproximarmos da estação seguinte me animava. Também me questiono relativamente ao emprego dessa pobre coitada. Mas ela vai sentada ao lado do maquinista a dizer: - “Próxima estação,…”?...para mim é impossível. Não há só um metro a circular durante o dia todo. E nos outros? Quem é que diz isso? Será que esta é mais uma prova de que a clonagem avança a passos largos no nosso país? A mim ninguém me tira da cabeça que o Guilherme de Oliveira Martins (ex-ministro do Governo de Guterres) é um clone do Mr. Bean.
Adiante. Ao entrar na carruagem, sento-me á frente do que me parecia ser um jovem normal, como tantos outros. Mas não. Eu estava na presença do Corta-Unhas Humano. É verdade. O novo super-herói à paisana. Ele não voa, ele não tem visão Raio-X, ele não cospe fogo nem electrocuta os vilões. Ele também não usa as cuecas por fora das calças. Isso é uma cena muito fora. Na, ele é um daqueles novos super-heróis. Daqueles modernos. Tal qual aqueles putos cuja actividade heróica é andar com um peão no bolso e percorrer o mundo em busca de malta para desafiar, frente-a-frente, numa arena de combate que se dá pelo nome de “alguidar”.
Mas não, este é o Corta-Unhas Humano. Um homem que corta as unhas em público com uma precisão capaz de fazer inveja ao magnífico conjunto de facas Jinsú – sim, essas lâminas exibidas na TV Shop até há bem pouco tempo que desapareceram sem deixar rasto. Bem, nem todas desapareceram. Uma delas (a de cortar pão) foi recentemente nomeada Alta Comissária para as Facas Refugiadas.
O Corta-Unhas Humano lascava as unhas da mão direita com uma acutilância tal que cheguei a ter medo que ele começasse a roer aquele varão metálico à frente das portas do metro.

Enquanto lascas de unha do tamanho de uma moeda de 2 euros caíam para cima das suas pernas, revestidas de calças de bombazine azuis, o medo começou a instalar-se e o meu desconforto era notório.
A seguir, a tragédia. O Corta-Unhas Humano começou a sacudir as unhas para fora das calças. E quem é que estava no ângulo de ataque do lançamento da unha? As pernas deste escriba, que vos conta isto com medo de que ele volte a atacar. E sim, que péssimo dia escolhi eu para vestir calções.

segunda-feira, junho 20, 2005

A piada do século #4

Qual é o maior país do mundo?
...é Uganda.

O passeio da fama

Um abraço para esse senhor que é Tiago Monteiro, o homem que já é reconhecido pelo Governo como o único que consegue levar aos EUA o nome de Portugal.
É verdade, o “nosso” (o português tem muito esta mania de dizer “nosso” quando, no fundo, ele é, no máximo, da mulher dele) Tiago Monteiro ficou em terceiro numa corrida de Fórmula 1. Para quem não sabe só estavam seis carros em prova. Os engenheiros da Jordan, ainda agora, e já passaram cerca de 24 horas depois da prova, estão a pensar em arranjar maneira de pressionar a FIA a ter apenas seis carros em prova em todas as corridas. Já estou a ver o argumento: - “ó shôre Ecclestone, mas num dá mesmo pá gente ter xó xeis carrrritos em proba, é mais fácil pó português”. É, os engenheiros da Jordan falam assim, com sotaque de Viseu.
Cá para mim isto é uma conspiração contra o Schumacher (não sei se é assim que se escreve, se não é, paciência, ele também não está cá para me bater). O coitado até quer ganhar qualquer coisinha.
Ao menos, lá em Indianápolis, ainda se ouviram uns bons insultos à portuguesa, com todas aquelas asneiras que não têm tradução mas que já fazem parte do léxico português tal qual como palavras como “indulgência” ou “gáudio”.
Imaginem comigo (ou, se não quiserem, não imaginem.)… a família Lopes chega a Indianápolis, são emigrantes e moram do outro lado dos EUA, estacionam o Cadillac-de-5,5-metros-de-comprimento-com-motor-4.8-litros-a-gasolina-que-gasta-32-litros-aos-cem, o sr. Lopes precisa da ajuda de um martelo pneumático para sair do carro porque a barriga dilatou durante a viajem de 76 horas sem paragens e ficou presa no volante, a sra. Lopes tem mais maquilhagem na cara que todo o elenco de My Fair Lady. Os próprios Kiss envergonhar-se-iam das maquilhagens que usavam. Os puto mais novo (o Brian Lopes) traz uns fones-do-tamanho-de-bolas-de-bowling nos ouvidos que isolam todo e qualquer ruído e enverga, orgulhosamente, uma camisola do Tiago Monteiro a fazer fixe com uma bandeira dos EUA por trás. Já a pequena Stacey Lopes traz consigo um exemplar da nova casa da Barbie (casa essa que pesa cerca de 41 quilos – sem mobília). Todo o circuito de Indianápolis pára. A família Lopes assenta, pousa a lancheira e pronto, a partir daí é a festa.
Foi com este apoio que Tiago Monteiro conquistou um honroso terceiro lugar para a história do desporto automóvel português. Ou não. Se calhar foi apenas porque estavam só seis carros em pista quando deviam estar 17 ou 18.
“Clap”. Isto foi um estalo. O Schumacher veio aqui a minha casa e deu-me um estalo porque escrevi mal o nome dele.

Baunilha nas ETAR’s, já!

Esta manhã, quando me aproximei da casa de banho de minha casa, deparei com o seguinte espectáculo – um esgoto coberto por um tecto (não, não é um esgoto a céu aberto, isso era se fosse na rua, não era?). O que se passa é que, logo de manhãzinha, o português só consegue associar na sua mente coisas que não lembram nem ao Júlio Isidro (porque é que havemos de dizer sempre "coisas que não lembram nem ao menino Jesus?"). O que é certo é que a minha mente foi assaltada por um pensamento que me deixou devastado: “Caramba, eu tenho um cano na minha casa de banho que está sempre aberto e através do qual posso até estar a ser observado por milhares de dejectos que a única coisa que querem é uma casinha para viver e não o Rio Tejo ou uma dessas ETAR’s quaisquer”.
Também nunca percebi uma coisa. As ETAR’s cheiram sempre mal. Não deviam cheirar bem? Corrijam-me se estiver errado (ok, se não quiserem não me corrijam) mas se é uma Estação de Tratamento de Águas Residuais, não deviam as águas cheirar a rosas, ou a baunilha? Fica a sugestão – Sr. Engenheiro Responsável das ETAR’s de Lisboa, passe a acrescentar baunilha ao processo de tratamento das águas (que no fundo não têm nada de água, têm mais daquilo que a gente sabe)… e o que é que é aquilo que a gente sabe? Pois, não sei.

Afinal, a sanita não passa de uma manobra de diversão para o Homem não pensar no facto de ter uma entrada directa – tipo passe VIP – para os recônditos e diversificados mundos do esgoto.

domingo, junho 19, 2005

Escrita de Associação Livre #4

Foi a correr, com os 5 cêntimos que tinha encontrado, tirar uma fotocópia de uma folha de papel em branco que tinha roubado dos arquivos do pai de um colega que, por acaso, era uma magnata da indústria têxtil que comandava tropas no Afeganistão e na Ucrânia ao serviço do exército das donas de casa filiadas na Organização Mundial do Tupperware. Na loja de fotocópias disseram: quer esta fotocópia, de uma folha em branco, a cores ou a preto e branco? O Amílcar pensou um pouco e depois chegou à conclusão que a vida não valia a pena e que o suicídio, não sendo a melhor opção, era aquela que satisfazia todos os requisitos indispensáveis para se tornar num voluntário no Exército. Não o do Tupperware. Nem o da Alheira de Mirandela. Ele queria mesmo era ir para o Exército da Villa-Abajo e lutar até aos fins dos seus dias contra Villa-Arriba provando ser ele aquele que mais depressa tira a gordura das panelas e loiças. Mas enquanto pensava e não pensava reparou que o homem das fotocópias e a mulher estavam desgostosos com a situação em que viviam e começaram a pensar em casamentos e em baptizados e ao mesm0 tempo descobriram que a Terra é redonda e não em forma de losango como eles pensavam. Não admira, estando eles encafuados há 2310 anos nas masmorras. Amílcar pensou como era triste passar a adolescência metido numa sala com menos de 3 m2 sem companhia nenhuma. Como é possível uma loja de fotocópias se transformar numa prequela da Lagoa Azul? Então, Amílcar viu o seu amigo (?) Nélson Mónica e decidiu correr... o Nélson Mónica vinha acompanhado de outros dois amigos...e o Amílcar sabia o que lhe esperava se não fugisse.

sábado, junho 18, 2005

Momento Letras de Músicas #1


"Fix You"

When you try your best, but you don't succeed
When you get what you want, but not what you need
When you feel so tired, but you can't sleep
Stuck in reverse

When the tears come streaming down your face
When you lose something you can't replace
When you love someone, but it goes to waste
Could it be worse?

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

High up above or down below
When you too in love to let it go
If you never try you'll never know
Just what you're worth

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you


-Coldplay-

sexta-feira, junho 17, 2005

Esclarecimento à comunidade

Antes de mais, este post apenas serve para eu prestar um esclarecimento.
A pessoa que se dá pelo nome de “companheira da parvoíce” e que é frequentadora assídua do espaço cultural que é este blog, e que também nele comenta, é uma Grande Amiga minha, pelo que não admito qualquer tipo de juízo de valor (negativo) relativamente a essa pessoa, uma vez que o respeito, admiração e consideração que tenho por ela levar-me-ia a sovar a primeira pessoa que, por azar, a provocasse, gozasse, criticasse (e todas essas palavras acabadas em “asse”).
É algo que não peço, exijo! Este post não é estranho. E não foi do nada que escrevi este texto.
Grato pela vossa compreensão.
Sem outro assunto de momento.
Melhores cumprimentos.
…sempre sonhei acabar um post assim. O meu sonho está concretizado.
Viva!

Escrita de Associação Livre #3

"Começo a achar que o Pai Natal não existe" - disse o pequeno Amílcar enquanto bebia uma garrafa de groselha e assistia a um espéctaculo de transformismo para o qual foi levado pelos pais. Ele sabia que na escola todos iriam dizer:
- Xiiiii!! Foi ver um espéctaculo de transformismo!
- Vai com os pais ver transformismo! Não consegue ir sozinho!
- Não o deixam entrar nos bares de transformismo sem os pais!
- Tens um estojo da Minnie! (esta última ia ser dita por um menino chamado Nélson Mónica que acha que a Minnie não tem "noção de fashion", segundo as palavras do menino. De salientar que este menino costuma ser levado pelos colegas para trás da escola onde é violentamente espancado enquanto cantam "Eu perdi o Dó da minha viola...)
"O Pai Natal não existe e se existisse não era tão obeso porque, aposto, deve ter muito que fazer enquanto procura renas que acasalem com as outras renas. A rena é um bicho que passa metade do ano a acasalar (ouvi eu no Discovery Channel Turbo) e a outra metade enfiada em salões de esteticista. "- continuava o Amílcar na sua dissertação sobre o Pai Natal e as renas quando lhe apareceu um bicho que de repente lhe arrancou o olho direito. Como todos sabemos o olho direito é aquele que é utilizado para procurar cogumelos nos passeios lisboetas, coisa que não importava muito ao Amílcar já que ele não vive em Lisboa mas sim na Malveira. De qualquer modo o Amílcar ainda ficou um bocado à procura do olho mas só encontrou uma moeda de 5 cêntimos. Ficou contente. Assim já podia tirar uma fotocópia.

TO BE CONTINUED...


(é tão bom chegar a casa no fim de semana e vir para aqui expelir textos sem sentido...)

quinta-feira, junho 16, 2005

?!?!?!

Rosa Lobato Faria merece um tributo??!?

terça-feira, junho 14, 2005

Heróis do mar, nobre povo

No dia de Portugal, Camões e das Comunidades fui á praia. Lindo.
Demorei quatro dias para postar isto – é para verem o quão ocupado estive durante o fim-de-semana. Caramba!
Há coisas na praia portuguesa que não existem nem na fantástica praia patrulhada por Mitch Buchannon, na qual a única coisa gorda que se pode encontrar são mesmo os apêndices mamários de Pamela Andreson. Bem, deixando de parte duas das maiores fontes de subsistência libidinosa das mentes de muitos adolescentes portugueses, retomo o assunto que me traz aqui – a praia.
Em Portugal, há cerca de três pessoas que não foram á praia no dia 10. Uma delas até nem foi porque ficou em casa a ver a gala de música nacional transmitida pela TVI (e olhem que custou-me sair de casa para ir para a praia porque ali, na pequena caixa que mudou o mundo, acontecia magia a todo o momento). As outras duas pessoas que não foram á praia não foram porque estiveram a trabalhar – os desgraçados dos dois militares encarregues de içar a nossa bandeira nas cerimónias de condecoração - que ficaram desertas. (Assim entre parêntesis, alguém me explica o que passou pela cabeça do Sr. Presidente da República para condecorar Catarina Furtado?). Porquê? Há pessoas que ainda não foram condecoradas e fizeram muito mais pelo país do que Catarina Furtado. Toy aguarda, e acho que injustamente, o dia em que será condecorado com a ordem de setubalense-que-mais-deu-nas-vistas-a-seguir-a-José-Mourinho. Ah!, José Mourinho foi condecorado, ouvi eu nas notícias. Não terá sido antes José Mourinho a condecorar Sampaio? Mourinho chegou e disse com aquele inglês que deixa mulheres caídas aos seus pés: - “Georges Samp’, I’miare tu condecóreite iú! Congrétiuleitions!”.
Após cerca de 15/16 linhas em que me perdi completamente, volto ao assunto de partida. LAGARTA – FUGIDA! (Desculpem, é mais forte do que eu. Sempre que digo a palavra partida tenho de … LAGARTA – FUGIDA!).

Pois, mas é verdade, no dia 10 estavam, pelo menos, nove-milhões-novecentas-e-noventa-e-nove-mil-novecentas-e-noventa-e-sete pessoas na costa portuguesa. Além do mais, toda a malta ali da prisa de Caxias veio cá abaixo a Carcavelos dar um workshop com o título: “Gama tudo o que puderes porque o défice está a 6,83 por cento e os da UE vão cortar nos subsídios”. E olhem que eram cerca de 500 formadores. E tão jovens que eles eram.
E Mitch Buchannon? Onde anda Mitch Buchannon?

O mestre é...

Do que mais tenho pena foi não ter participado na odisseia dos 100 comentários. Sei, também, que não tinha discurso para fazer frente às três mentes envolvidas. Foi de uma qualidade assombrosa. Parabéns a este pessoal.
E a propósito. Pelo menos deixem-me dizer isto. O mestre é, sem dúvida, José Cid.
Ele disse, numa entrevista por que deu não sei a quem, e passo a citar: “se eu não tivesse nascido na Chamusca, eu era o Elton John português”.

Qual de nós não deseja ter um autógrafo de um dos poucos, muito poucos, portugueses que nos programas de televisão toca ao vivo. É um senhor. J. Cid é um senhor. Um mister.

domingo, junho 12, 2005


@ Porto / Arca d'Agua (foto tirada e fornecida por Joana)

Quer-me cá parecer que é assim que o blog vai ficar depois da catástrofe dos 100 comentários...deserto. Mas sem o banquinho. Nem as àrvores. Afinal não vai ficar nada parecido eu é que gosto da fotografia...

sábado, junho 11, 2005

Desaparecidos #1

Por onde andas tu Ediberto Lima?

Precisamos de alguém que venha para cá e volte a nivelar por baixo a televisão feita em Portugal!



Ainda mais do que ela já está...

escrever sem pontuação (ponto)

estava eu a ver o jogo de andebol feminino e pensei em como era engraçado começar a escrever sem utilizar um unico sinal de pontuação nem vírgulas nem pontos finais ou de exclamação e mesmo de interrogação quis-me armar em saramago e aproveitei e deixei de usar maiúsculas também quem é que se interessa por maiúsculas eu não podem acreditar houve uma altura da minha vida em que eu achava os sinais de pontuação interessantes mas isso foi antes da lobotomia já lá vão uns bons quinze minutos gosto de escrever números por extenso acho que é uma coisa que raramente se faz depois passado um bocado decidi deixar de usar acentos nas palavras portanto vamos la ver ja deixei de usar sinais de pontuacao maiusculas e acentos o que se calhar vai tornar a leitura deste post ainda mais complicado pior so mesmo se agora me desse alguma coisa na cabeca e comecasse a tirar as vogais pr xmpl sr fcl lr ssm cm st scrvr ou então voltava a por as vogais e retirava as vogais de novo e ja agora tambem as consoantes e fic

sexta-feira, junho 10, 2005

Momento Vítor de Sousa #2

Questão da Noite

Questão da noite
do programa que acontece
em Portugal, neste fim de século,
navegar é preciso ?
resposta:
se morar no Barreiro, sim

Nuno Moura

quinta-feira, junho 09, 2005

Escrita de Associação Livre #2

de manhã acorda e grita: mas que raio vem a ser isto? o avô cantigas na cama com a minha prima?? mas que coisa? porquê é que o avô cantigas tem a mania de se meter na cama das primas de toda a gente? será por ser avô? será que é por ser cantigas? ou será que gosta de primas? (desde que elas sejam maiores de idade, claro). porventura terá que fazer espectáculos para poder comprar as prendas para as primas. porque as primas não dão carinhos a senhores de barba de graça. as primas querem um estojo de ferramentas ou um black&decker. sim, porque as primas também são um pouco machonas e gostam de bricolage. disso e de saltar à corda com crianças vesgas. porque as crianças vesgas às vezes tropeçam. e depois pedem desculpa e dizem: ó senhor, dê lá uma esmolinha para ajudar as crianças que não aguentam viver ser gameboy. sem gameboy e sem àgua canalizada. e nós bem sabemos a falta que a àgua canalizada faz. sem àgua não posso fazer espectáculos de ilusionismo com orangotangos...

A piada do século #3

O que é que é o Abramovitch a comprar um relógio de pulso?
...Times New Roman.

quarta-feira, junho 08, 2005

A piada do século #2

O que é que é um espanhol a despedir-se de alguém no meio de uma multidão?
...é uma hasta pública.

terça-feira, junho 07, 2005

ABBA em cuecas

Tanta coisa para se pensar e a primeira que nos vem à cabeça na situação que vou descrever a seguir é a palavra “cueca”. É que, e perdoem-me se firo algumas susceptibilidades, a cueca já não se usa. Pelo menos aquele cuequedo de cor-que-não-é-branca-nem-creme. Mas não é por causa da cor de um par de slips que a vós – leitores assíduos (ou não) do blog – me dirijo.
Ao som de “Fernando” dos ABBA, com as suas flautas transversais e (quase) angelicais, escrevo para vós acerca de aquilo que me tem feito pensar após uma pequena tertúlia com um parente meu.
Afinal, porque é que, por exemplo, num jantar de aniversário, um dos convidados se chega ao pé do aniversariante e, ao fazer-se passar por um repórter de rádio, a primeira coisa que diz é: - “em directo para a Rádio Cueca, o que é que tem a dizer?”. Pior. Porque é que, quando este se aproxima do aniversariante, interrompe uma conversa que por acaso até estava a ser interessante e se vira para o amigo que foi atrás dele (só a fazer figura de parvo) e faz “pose” como se estivesse uma câmara a filmá-lo. Será que ele se esqueceu de que estava a fazer de repórter de rádio e não de repórter televisivo?
Rádio Cueca? Caramba! Quem inventou esta rádio imaginária?...
Um industrial da Sloggy. Esta parece-me ser a hipótese mais plausível. Embora eu continue a pensar que as lojas “Ferrador” tiveram grande importância na criação deste autêntico mito urbano!
Termino este post ao som do empolgante “Chiquitita”, também dos suecos ABBA. Desde cuecas aos ABBA. Tudo é possível.

Pensamento do dia #1

O pão-de-forma tem propriedades que a própria razão desconhece.

segunda-feira, junho 06, 2005

Fiquei enmimmesmado

Se os outros fazem "momentos" porque é que eu não hei-de fazer? Aqui está o momento cultural, literário e gramatical do dia.

Conjugação do verbo ensimesmar no presente do indicativo.

Eu enmimmesmo-me
Tu entimesmas-te
Ele ensimesma-se
Nós ennosmesmamo-nos
Vós envosmesmai-vos
Eles ensimesmam-se

Ensimesmado - pessoa fechada, introvertida.

Parvo - David.

sábado, junho 04, 2005

Momento Vítor de Sousa #1

Queixas de um Utente

pago os meus impostos, separo

o lixo, já não vejo televisão
há cinco meses, todos os dias
rezo pelo menos duas horas
com um livro nos joelhos,
nunca falho uma visita à família,
utilizo sempre os transportes
públicos, raramente me esqueço
de deixar água fresca no prato
do gato, tento ser correcto
com os meus vizinhos e não cuspo
na sombra dos outros

já não me lembro se o médico
me disse ser esta receita a indicada
para salvar o mundo ou apenas
ser feliz. Seja como for,
não estou a ver resultado nenhum

José Miguel Silva

(poema que também é a letra de uma música do grupo "A Naifa")

sexta-feira, junho 03, 2005

Escrita de Associação Livre #1

E então o garoto estremeceu com a situação em que se encontrava: de um lado um pai que era coxo, do outro o padrasto que remexia no lixo. A seguir, agarrou num discman e foi ouvir new order até casa, que afinal era bem longe... ("how does it feel to treat me like you do?") E foi desta forma que lhe surgiu um pensamento novo na cabeça: será a liberdade uma invenção daqueles que ainda acreditam que Elvis Presley está vivo?

quarta-feira, junho 01, 2005

A piada do século #1

Qual é o detergente cujo anúncio televisivo salta a introdução do mesmo?
...é o Skip Intro.