sexta-feira, setembro 30, 2005

Saralex em busca das Sanitas Perdidas

O que ides ler aqui é talvez a maior hecatombe literária de que há memória. Sem qualquer tipo de nexo ou raciocínio lógico, prometo partir em busca do pote de ouro que está no fim dos arco-íris assim que terminar esta missiva, uma vez que esta atitude também é tudo menos concebível.
O que é certo é que há uma lógica no meio disto tudo e essa lógica prende-se com o facto de ainda esta manhã eu ter feito a barba (nada mais louco me ocorreu para dizer).

É a crónica de Saralex, uma jovem revoltada que decide juntar-se a um grupo de extremistas radicais daqueles carecas que dobram e partem lanças com o pescoço. Ao chegar à presença dos doidos carecas apenas com uma marmita de três sandes de presunto, uma de carne assada e um pacote de vinho de Casal da Eira, os ditos senhores donos do mosteiro partem para a loucura, uma vez que proíbem a presença de sandes de presunto na abadia daquela irmandade. Saralex procura remediar-se com umas fatias de torresmos que ainda tem no bolso desde a última vez que almoçou na “Taberna do Chico”, mas sem efeito. Os chineses (japoneses, coreanos, tibetanos… pá, só sei que têm os olhos em bico) esbofeteiam Saralex com uma violência tal que esta nem tem tempo de mandar uma mensagem escrita via SMS para Alverca para avisar os pais que já tinha chegado ao destino.
Após vestir o escafandro destinado à sua peleja, Saralex recebe, das mãos do chefe lá do sítio (que, além de partir lanças com o pescoço e andar descalço sobre lâminas, cozinha bacalhau à Gomes de Sá como ninguém) o mapa que a levará ao seu destino: as Sanitas Perdidas.
É verdade, o grande sonho de Saralex era tornar-se numa industrial de porcelanas de casa de banho. E as Sanitas Perdidas eram o cartão de visita para o mundo da pia e do bidé.
Em sonhos, aparecera a Saralex um índio com um nome muito parvo, que lhe dizia que a solução passava pela meditação de dois episódios de “Senhora Dona Lady” e pela leitura de dois livros da colecção “Anita”, sendo os seus títulos: - “Anita na casa de banho” e “Anita na sua viagem à fábrica de porcelanas de casa de banho de Alcabideche”.

Saralex acata a ordem e parte, munida apenas de um piaçaba e de dois WC Patos, em busca das Sanitas Perdidas – localizadas algures entre Valença do Minho e a cidade mexicana de Boston. (Estão aqui a dizer-me que não é mexicana. Não? Ah, pois não, é senegalesa, têm razão).
Pelo caminho, Saralex lembra-se, entre outras coisas parvas, das sábias exortações e conselhos do índio com um nome estúpido – nunca tirar as ramelas dos olhos ao acordar, pois estas servirão de óculos 3D para decifrar o código alfa-numérico inserido no PDA que abrirá a tão procurada gruta – e da cor das cuecas do seu chefe careca. Eram num tom púrpura e a banda elástica forrada com um vermelho muito vivo.
Na sua demanda, Saralex encontra inúmeros perigos, entre os quais uma campanha para as eleições legislativas comandada por Alberto João Jardim. Saralex chora. João Jardim a consola, partindo desde logo para um estonteante e vivo número de dança Hula-Hoop com 57 arcos (recorde regional ainda hoje por destronar).
Chegada ao destino, após cerca de 23 minutos de viagem, Saralex desce do seu rinoceronte e apanha um jacto privado para o aeroporto de Figo Maduro, no qual fará escala durante 97 horas. Servida e importunada por um indiano que tenta a todo o custo, durante essas mesmas intermináveis 97 horas, vender-lhe rosas, Saralex recusa a todo o custo, evocando o facto de os 25 milhões de euros que traz consigo serem para fins meramente comerciais, uma vez que o delegado comercial do Talho LV da Morais Soares a aguarda para uma reunião.
Chegando ao Areeiro, Saralex percebe que não foi boa ideia ir de avião, uma vez que a curta distância e os estragos que provocou com a explosão derivada da queda da aeronave poderiam ter sido evitados. Afinal, não há nenhum aeroporto no Areeiro e agora está tudo a arder.
Depois de ter surripiado os foguetes propulsores que Rocketeer utilizou no seu filme, Saralex voa em direcção a Celorico de Basto. Pelo caminho, cruza-se com um pardalito que lhe diz, ao ouvido, que está errada. Saralex acredita na ave e resolve desligar os propulsores. Auxiliada por dois abutres, a nossa heroína (Alto lá! “Nossa” não, se faz favor. Eu não me drogo) chega, finalmente, ao seu destino. O cansaço toma conta dela e as ramelas pesam já mais de 3,25 quilogramas.
Saralex encontra a gruta e, com a ajuda do seu fiel amigo (não o bacalhau) piaçaba, consegue abrir a mesma com algumas brutas e raivosas marretadas no calhau.
[É que… cansa…]
Ao ver as sanitas perdidas, Saralex é invadida por uma tremenda vontade de defecar. Sem sequer ter tempo para escolher, Saralex senta-se, ao calhas, numa simples mas asseadinha sanita. Os ¾ de hora que ali passa servem para repensar a vida e perceber que os cortinados que tem no seu quarto são realmente pirosos e não condizem com o resto da decoração. Findado que está o acto, a nossa protagonista apercebe-se de que não tem papel higiénico, mas não faz mal, pensa ela, uma vez que o mapa já não serve para nada.

Parece que estou a ver… daqui a um, dois dias, telefonam-me da Matel a perguntar se não queremos (sim, eu e as minhas associadas no negócio) fazer “action-figures”. Tou mesmo a ver, um bonequinho com… bem… não. Não estou nada a ver.

[choro descontrolado]

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

claro que o primeiro comentario teria de ser meu..lol.. com que entao fomos nós que demos origem à famosa saralex...lol... está muito fixe muito engraçado..lol.. não sei se saralex vai gostar de saber que tem 3,25Kg de ramelas nos olhos mas pronto...E n se esqueçam de comprar procelanas de casa de banho Saralex, porque kem "caga" com saralex "caga" com relex(peço desculpa à tâo ousada forma de expressão mas é que tinha de ser)

Ass: Daniela (Aramis) =))))

1:42 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

LOOOOOOOOOOOOOOOL melhor não podia estar!!!! xD e apesar de eu não ser uma das sócias, tive um papel bastante importante no negócio! O slogan é meu! Fui eu que o inventei numa noite do retiro em que Aramis associou o David ao Peter Pan!!! lol grande história... Só podia vir de ti.. Mais um momento de pura gargalhada antes de estudar latim :P

8:53 da tarde  
Blogger h22o said...

depois de comemtários tão familiares resta-me deleitar as minhas pupilas nas mágnificas tiradas de humor escuríssimo a que a pobre da sanita foi submetida...
Eu sei que um comentário destes é degradante mas... tinha que dizer que li e gostei muito, principalmente da referência a esse mito da inteligencia lusa que foi desterrado para a pérola do atlântico - 'Alberto João'. Já quanto à ilha não percebo porque há-de ser pérola afinal só dão despesa....

12:31 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

"SARALEX EM BUSCA DAS SANITAS PERDIDAS", a nova crónica de Sir David, dá-nos a ver a escrita de um mestre. à superficie saralex é viva, delicada, inteligente, moderna, fugidia; sob a pele, esconde a profundidade das emoções o sofrimento, a tristeza e a sabedoria...

"SARALEX EM BUSCA DAS SANITAS PERDIDAS", fala de aventura e de desejo, sempre com grande atenção ao isolamento, mesmo no seio de relações intensas..

é o k eu axo..

ou então n tem nd a ver e n s aplica aki!

3:16 da tarde  

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