terça-feira, junho 27, 2006

A razão está do meu lado. Ora do direito ora do esquerdo.

Sinto que o mundo carece dos meus conselhos. Sim, eu sei, tanto o mundo necessita dos meus conselhos como a Selecção Portuguesa precisa dos conselhos de Gilberto Madaíl. Mas não faz mal. Como tal, deixo aqui alguns pensamentos que podem vir a ser úteis aos futuros profissionais deste país que se estão a licenciar – principalmente para aqueles que acabarão os seus mestrados no longínquo ano de 2037.

Para os médicos obstetras – quando confrontados com um parto em si (sim, também pode ser um parto em Lá… é que em Si é um tom muito alto), daqueles difíceis, em que o puto ou a miúda não quer sair, isto porque, simplesmente, se recusou a estar 9 meses de cabeça para baixo. Quer dizer, também não há direito. Estar quase 280 dias de cabeça para baixo dá cabo de uma pessoa. Eu cá compreendo o recém-ainda-não-nascido que resolve não ficar de cabeça para baixo. Deve custar.
Mas pronto, como eu estava a dizer. Esta semana a minha vida (quase) mudou. Parto provocado. O que é isso, afinal? Sempre pensei que isso fosse o médico a gritar, com a cabeça enfiada entre as pernas da grávida deitada na marquesa, para o bebé: “Sai daí, oh estúpido! Olha eu a bater na tua mãe! Sai daí. És um homem ou és um rato? Andor, vá a andar daí p’ra fora!”. Pronto, esta é a minha ideia de ‘parto provocado’. E acho que é bem mais eficiente do que despejar hormonas e soro ou que raio é aquilo para dentro das veias da pobre desgraçada, que passa a vida a ser invadida (sim, ‘invadida’ é mesmo a expressão) por mãos de obstetras doidos que usam o relógio acima do cotovelo.

Para os astronautas – deixem de usar esses fatos. Só vos faz é mal. E outra, façam o chichi e o cocó na casa-de-banho, não no fato. Parece que só largaram as fraldas há coisa de três/quinze dias.
E aqueles capacetes. Não favorecem nada a imagem deles. Ainda falamos nós dos E.T’s que vêem á Terra em missão de paz. Assim que os desgraçados virem as cabeças dos astronautas até se matam uns aos outros só com o medo.

Para os músicos – Cat Stevens e Jean Michel-Jarre. DEIXEM DE OUVIR ISSO! Isso faz-vos mal. Não é bom. Faz mal.

Para os calceteiros – comprem cintas para a região lombar porque isso de andar o dia todo curvado dá cabo das vértebras e deixa uma pessoa mais baixa. Um amigo meu tem um amigo que conhece um tal de Fernando (o homem não tem apelido, nasceu mesmo assim, ‘Fernando’) que era calceteiro e que agora é anão num musical da Branca de Neve e os sete anões. Faz de Dunga.

Para os agentes dos serviços secretos – se são agentes dos serviços secretos e são secretos, porque é que anunciam, quando têm de mostrar a identificação, que são agentes dos serviços secretos? Ora, se é secreto, porque é que dizem que são de lá? É que assim perde a piada toda. “Ah, mãos ao ar que senão dou-lhe um tiro e olhe que estas balas doem!”, ameaça o oficial. “Mas quem é você?”, responde o criminoso. “Sou fulano de tal, agente dos serviços secretos!”. Ora, já está, acabou de se denunciar. A sua resposta deveria ter sido: “Sou fulano de tal, operador de grua nas obras do Aldeamento de Melides”.

Parem de comprometer as vossas carreiras. Aceitem o que vos digo. A razão está aqui. Olha, e não é que já não está? Ainda agora estava aqui, mas acabou de fugir.
Não se faz, ó razão.

quarta-feira, junho 14, 2006

A Humanidade tem o direito de saber isto

Há coisas que até hoje permanecem no oculto, longe do consciente dos habitantes deste planeta. Cabe-me a mim, o Capitão David, desvendar os mistérios da humanidade e solucioná-los, com mão de ferro. (Digo, desde já, que esta coisa da “mão de ferro” dói como o caraças).
A humanidade é preciosa demais para desconhecer estes flagelos. Como blog de serviço público, apresentamos aqueles que são os grandes flagelos da humanidade deste século.
Aquecimento global, efeito de estufa, ameaça nuclear, terrorismo, ameaça do Médio Oriente – tudo isto são problemas secundários. Pequenas maleitas que resultam, por vezes, em quiproquós de pouca importância, quando comparadas com aquilo que vou enunciar a seguir.
Alternativas e soluções para estes problemas aceitam-se.

A saber:
- O Emídio Rangel e o actor Octávio de Matos são a mesma pessoa.
Com isto explica-se muita coisa. Rangel anda desaparecido. Porquê? Porque anda a gravar os “Batanetes”. Tão simples quanto isto. Eu nem digo mais nada para não ser alvo de agressões.
- Os rebuçados “Flocos de Neve”. Outro enigma a do nosso século. É impressão minha, ou estes saborosos doces são, sem mais nem menos, meras e já usadas bolas de naftalina? A mim ninguém me tira da ideia de que aquelas pequenas bolas brancas (que servem, apenas, para treinar a pontaria dos machos latinos quando estes urinam numa qualquer casa-de-banho pública) são, mais tarde, convertidas em rebuçados – que por sinal são bem saborosos. E O QUE É QUE PODE UMA PESSOA FAZER?!
- “Alfacinha de gema”? Mas o que é isto? Ou é vegetal ou é animal. Agora misturar alface com ovos. Pá, faz-se, nas sandes, mas, quanto a mim, não é o mais saudável. Ou é alface ou é ovo. É que uma é verde e outra é branca. Vou propor, ao Carmona, que seja criado o estatuto de “Alfacinha de Talo”. E mais não digo.
- O trânsito. Flagelo. Tormento. Praga. Martírio. Aflição. Angústia. Agonia. Suplício. Tortura. Desgraça. Castigo. Palavras que enunciem algo de desagradável.
Sim… houve quem percebesse a ideia.
É assim. Só há trânsito devido ao seguinte. Suponha-se. Segunda Circular. Hora de ponta. Trânsito de deixar uma pessoa com dores na barba (homens e mulheres). Ora, a 2ª Circular tem três faixas. Quando cheias, estas três faixas tornam-se na coisa mais irritante á face da Terra. Sim, superam o Manuel Luís Goucha e sua co-apresentadora. Mas, afinal porque é que há trânsito? Passo a explicar. Estão as três faixas cheias de carros mas, de repente, há uma aberta na faixa do meio devido a um que, no pára-arranca, deixou o carro ir abaixo. Ora, o carro da faixa mais á direita vê o espaço e zás, mete-se, sem Si bemol nem piedade, no espaço até aí vazio. Ora, a faixa do meio volta a estar ocupada. No entanto, a faixa mais á direita está agora com um espaço por preencher. No decorrer desta operação, um dos veículos da faixa do meio, dois carros atrás do sucedido, enfia-se na faixa mais á direita, pensando que, por estar esse espaço em aberto, chegará mais rápido ao destino. Vendo o que se passa, o condutor de um dos automóveis da faixa mais á esquerda, vê a aberta na faixa do meio, deixada pelo que agora está na faixa mais á direita. Ora, sem mais nem menos, sem fazer pisca-pisca e sem dizer nada a ninguém, este que está na faixa da esquerda mete-se na faixa do meio, pensando que, agora, esta andará mais rápido. O problema é que agora estão as duas faixas (meio e direita) entupidas. A única que circula é mesmo a da esquerda, que agora tem um espaço por preencher. No entanto, há um artista que vê na esquerda uma hipótese de fuga, pensando assim que fugirá ao trânsito. E, ninguém sabe como, coloca-se na faixa mais á esquerda. O problema é que a faixa que até aqui estava a circular bem (a da esquerda) está agora preenchida, estando a da direita também preenchida. Mas, a do meio tem um espaço. Viva! O automóvel que está do lado direito do espaço deixado pelo que outrora se pôs na esquerda mete-se na faixa do meio, que agora também já não circula. Mas agora é a faixa da direita que está com um vazio por preencher. A seguir………
Julgo ter sido bastante elucidativo. O trânsito é parvo. Eu também. Só há trânsito porque as pessoas, na sua ânsia e estupidez inatas, pensam que, por mudarem de faixa porque há um espaço, vão chegar mais depressa.
Resumindo e concluindo: sou um dos grandes pensadores deste século e dos séculos vindouros.