quarta-feira, maio 31, 2006

Deixem-se de mariquices, pá!

Camião?
Caminhão?
Camion?
Camiõ?
Caminhon?
Caminhõ?

Eu cá digo e escrevo “veículo tractor com basculante”. É mais fácil.

segunda-feira, maio 29, 2006

Isto é mesmo de um gajo dar em maluco..... E salta Carrilho e salta Carrilho olé, olé!

Há coisas que o ser humano não devia ignorar. Uma delas é a política. Epá, espera, de repente isto tornou-se sério. Naaaaaaa. Esquece.
Reformulando. Há coisas que o ser humano não devia ignorar. Uma delas é o novo trabalho dos Broa de Mel. Ahhhhh, assim sim.
[sensação libertadora. Não o ‘libertar’ literal, aquele que implica a defecação e tudo o resto. É mais… ok, há quem tenha entendido a ideia]
Não devíamos nós, seres com inteligência… epááááá, isto está a soar mal outra vez. Reformulando. Não deviam vocês, seres com inteligência, pensar nestes casos? Mas quais casos? Pois, é que se não enumerar os casos, ninguém compreende o que é que se está aqui a passar. Sim, mas também, quem é que, alguma vez, compreendeu o que se passa neste blog?

Pois, bem me parecia.

Os malucos.
Os malucos são das pessoas mais incompreendidas e escorraçadas da sociedade. Será por serem malucos? Pois. Epá, rálmente nunca tinha pensado nisso. Então é mesmo por serem tresloucados. Ahhhhhh, ‘tábem.

Mas eu parto aqui em defesa dos malucos. Os doidos. Os loucos. Os lunáticos. Os Manuel Maria Carrilhos que há por aí.
Quem é que, no seu perfeito juízo (ok, isto hoje vai ser profícuo em termos de trocadilhos) aguenta fechado numa sala que, nas paredes e tecto, está forrada com colchões? Ninguém. Ora, já não basta ser doido? É que, caramba pá. Ainda ter de suportar a afronta de não poder decorar a sua própria casa… quer dizer… Foi isto que levou Paula Bobone á loucura. Quando era jovem, fecharam-na num desses quartos. Foi o que bastou. Agora olha… aguentem-na.
Outra. Até á data, digam-me um maluco que tenha orgulho em dizer que mora do Hospital Júlio de Matos. Um. Ah, pois, não há. Porque é que não há doidos com orgulho em lá morar? Porque aquilo está ao abandono e serve mais para exposições de arte estúpida do que para outra coisa. Além do mais, com aquelas paredes pintadas de cor-de-rosa. Quer dizer, daqui a pouco também oferecem top’s e saias-travadas juntamente com o lanche. E os pobres coitados que se aguentem. Já não basta serem malucos?
E mais. A mim ninguém me tira da ideia de que ter à perna homens barbudos, mal encarados, brutos e vestidos de bata branca não deve ser nada agradável. Não hão-de dar os pobres coitados em malucos? Assim até eu. Bem, eu já estou, mas isso é outra história.
Então e aquelas camisas? Os desgraçados nem a roupita podem escolher. Terem de andar com aquelas camisas brancas. Branco e mais branco e mais branco. Eu cá continuo a achar que as direcções dos hospitais psiquiátricos têm acordos com as principais marcas de detergente para a roupa e é lá, e não em laboratório, que essas marcas fazem os seus testes. E depois, onde é que já se viu uma camisa sem botões na parte da frente? Irra! Não admira que dêem em malucos – com camisas daquelas para abotoar… É que aquilo nem é para abotoar, é para apertar fivelas. Onde é que já se viu? Camisas com fivelas. Parvoíce. Ainda para mais terem de andar ali, abraçadinhos aos seus próprios corpos. Não há um carinho, não há um abraço, não há nada. Pudera, estão constantemente a abraçarem-se a eles próprios.
Não há-de um homem dar em maluco? Está claro. Nós é que os criamos. Ok, isto soa a teoria da conspiração. É melhor calar-me, senão a Fátima Campos Ferreira ainda me telefona a perguntar se quero debater-me com o Pacheco Pereira e com o Ricardo Costa sem ter qualquer motivo para isso e se quero ser mal-educado em directo e se quero ofender e insultar, mal-educadamente, uma classe que, por muitos erros que cometa, continua a ser verdadeira e respeitadora da sociedade.
Está bem, eu vou. Mas só se me derem daquelas garrafinhas de água bem baris com um copito disforme ao lado.

domingo, maio 21, 2006

Olha, nem eu te sei responder

Não obstante o facto da utilização da expressão "não obstante" ser elaborada e estupidamente estranha para iniciar este texto, serve a presente para esclarecer as dúvidas mais pertinentes.
Não sei... quer dizer. Sinceramente não consegui perceber se gosto ou não de pastas de dentes com sabor.
Sou capaz de gostar mais de um banho turco, mas para isso teria de ir para a Turquia e isso agora não me calha porque tenho coisas combinadas.
E é ou não é bonito lerem um texto curto, de vez em quando?
É? É.
Quando uma pessoa diz "É" quando concorda, escusava de colocar o acento agudo na vogal, uma vez que o som da mesma inclui acento.

Isto é estranho.

sexta-feira, maio 19, 2006

Ó Eládio, vai lavar os dentes, pá

Ontem Portugal chorou. Não de alegria, mas de tristeza. Eládio Clímaco voltou e, como se não bastasse a sua trágica chegada, trouxe com ele o Festival Eurovisão da Canção. E eu chorei. E perdi gotas de urina.
Antes de mais, deixem-me repudiar veementemente todas as actuações daquele festival, pois aquilo foi de uma… [dor só de pensar]
Deu-se uma tragédia na minha sala. A televisão nunca tinha transmitido nada assim. Mas o que se passou nem eu sei. A vontade de mudar de canal era forte, porém, a vontade de ouvir Eládio Clímaco fazendo (ok, utilizei gerúndio… cheguei ao fundo) a pior locução de todos os tempos do audiovisual era mais forte. Á minha mente vieram imagens que se podiam repetir – como a de Mário Crespo a cantar Rock’ n Roll num programa de um canal de televisão independente – e que me fizeram pensar seriamente numa incursão pelo Miguel Bombarda ou pelo Júlio de Matos. A propósito, Júlio de Matos era maluco? Fica a questão no ar.
Outra questão que me perturba e que não tem nada a ver com isto que acabei de escrever prende-se com o facto de existirem no mercado pastas de dentes… não, não era suposto ter acabado aqui esta frase. É bom haver pastas de dentes. Agora de hortelã? Epá, sinceramente. Os senhores da Colgate e da Dentagard andam a fazer pastas com sabor a condimentos e isso não está correcto. Não está corrrrrrrrrreeeeeeeeeeeeeeeeeeecto. Daqui a nada o Chefe Capote está a utilizar Dentagard Plantas ou Colgate Palmolive na sopa. É que… sinceramente. Tipo, um gajo vai e chega e diz que faz e acontece e que não pode ser porque assim não é maneira de ver as coisas, visto estas não estarem enquadradas não sei em quê (não, isto não é uma imitação de um dos sketches do Gato Fedorento… quem? Eu? A fazer imitações? Isso é para quem não tem imaginação e é parvo). Mas é que é verdade. Proponho, visto já haver pasta de dentes de hortelã, criarmos uma Associação, um Movimento, uma Milícia, um Partido, uma Facção, um Bando, uma Comissão, uma Ordem, uma Acção, um Gang, vá, Anti-Pastas de Dentes com sabor a condimento. Era uma boa. Eu cá acho que era baril. Baril ou não baril, era importante virarmo-nos contra esta crescente ameaça. A qualquer momento corremos o risco de chegar ao trabalho ou ás aulas e dizerem-nos: “epá, tu cheiras àquilo a que a minha mãe põe na salada”. É que hortelã ainda é suportável. Isto é agora, porque não duvido que, a qualquer momento, sejamos invadidos por mais condimentos e sabores para pastas de dentes. O tradicional morango já era.
E porque não escovar os dentes á refeição? Assim já se tinham os condimentos a postos. Escusava a/o cozinheira/o de estar preocupado com a quantidade ou com o condimento a utilizar. Bastava a pessoa que ia tomar a refeição trazer o seu tubinho de pasta de dentes.
Deixo aqui algumas sugestões para os senhores destas marcas. Pensem nisto.


Isto é um conceito vencedor:
- Aquafresh Manjericão;
- Colgate Açafrão;
- Pepsodent Alho;
- Dentagard Pimentão-doce;
- Dentalux Piri-piri;
- Sensodyne Orégãos;
- Salvamed Noz moscada;


É que nem refiro a cebola porque já é um vegetal consagrado.

Aceitam-se sugestões. E dinheiro. Mas como sei que ninguém me vai dar dinheiro por isto dêem-me só as sugestões. E tareia, se quiserem. É que mereço.

quarta-feira, maio 17, 2006

(Este post não tem título)

Pára tudo! Pára tudo! PÁRA TUDO!

...

Já pararam? Já? Pronto, ok, era só isso.

É que é absurdo, mesmo.

quarta-feira, maio 10, 2006

Exmo. Sr. Rodrigo, o imortal

Exmo. Sr. dos Exmos. Srs., Exmo. Sr. Presidente da Mesa da Assembleia-Geral disto, Exmo. Sr. Secretário de Estado da Parvoíce, Exmo. Sr. Maestro do Coro de Jovens Cantores de Viena (mas o que é que você está aqui a fazer?), Exmo. Sr. Paulo de Carvalho, Exmo. Sr. cuja presença nesta Associação me era, até hoje, totalmente desconhecida, embora seja um prazer tê-lo cá, Exmo. Sr. que está a tirar macacos do nariz neste preciso momento, Exmo. Sr. que se esqueceu de fechar a braguilha quando veio dos lavabos, Exmo. Sr. detentor do recorde nacional dos 500 metros bruços, Exmo. Sr. que daqui a pouco me vai explicar para que é que serve este comunicado, Exmo. Sr. responsável por algo que não sei o que é, Exmo. Sr. a quem nem vou perguntar o que é que está a fazer aqui, Exma. Sra. da limpeza cá do prédio… Espera, pára tudo, Exmo. Sr. Paulo de Carvalho? O Maestro dos Jovens Cantores de Viena pronto, ainda vá que não vá, agora você? Não era você que cantava “o que faço aqui?”. Então vá, aqui tem uma oportunidade. Pisgue-se.
Retomando… Exmo. Sr. Presidente do condomínio do número 9462 de Linda-a-Velha, Exmo. Sr. (ou Sra., não consigo perceber muito bem), deixe-se disso, Exmo. Sr. que a última vez que cá esteve foi interrompido pela sirene ali do quartel dos bombeiros… ah, o Paulo de Carvalho ainda está aí? É que tenho umas perguntinhas para lhe fazer.
A telenovela “Dei-te quase tudo” [gargalhada louca] permitiu-me fazer a descoberta do século. Olhemos para a personagem Rodrigo, interpretada por Pedro Granger. No início da novela, Rodrigo foi espancado pelos “amigos” de Joana, tendo sido levado para o hospital e tendo ficado muito mal tratado (não em risco de vida, mas quase). Mais tarde, Rodrigo foge com Joana e vai trabalhar para uma quinta, onde se dedica á agricultura. Mais uma vez, Rodrigo mete-se com quem não deve, desta feita com um tractor. Passados alguns minutos tem um acidente e fica inconsciente. Rodrigo é, mais uma vez, levado para o hospital, onde é tratado por John Carter de ER, auxiliado por Dr. House. Ai não, é por dois médicos espanhóis. Uns dias depois, Rodrigo está pronto para outra.
E não é que vai mesmo haver outra? Depois desta aventura, Rodrigo foge da quinta onde estava a trabalhar e vai para uma vila piscatória, na qual se aventura na faina. Um dia, de madrugada, a embarcação na qual seguia viagem é apanhada por um temporal e não regressa á costa no tempo previsto. Uma vez mais, Rodrigo está em perigo. Mas, miraculosamente, Rodrigo regressa a terra, são e salvo.
Depois disto, é a vez de levar um tiro. “Isto também está a tornar-se monótono”, pensaram os realizadores e produtores da novela. E não é que Rodrigo leva mesmo um tiro? De um puto de nove ou dez anos. Pior, fica em coma. Durante dias, Rodrigo corre o risco de nunca mais acordar ou de, caso acordar, ficar em estado vegetativo. Após uns quantos dias de muita angústia, Rodrigo acorda, bem de saúde. Espectáculo. Emoção.
Mas não é tudo. Recentemente, Rodrigo precipitou-se (mandou-se, vá) de um penhasco. E não é que o sacaninha não morreu?
Ora, o que é que se passa? Meus amigos, só tenho uma coisa a dizer. Rodrigo é Duncan MacLeod, o Highlander. Rodrigo é imortal! Não há outra explicação. Este homem resiste á morte com uma facilidade que até mete nojo. Irrita, pronto. Próximo passo da novela: Cortar a cabeça ao Rodrigo. Só pode ser. Parece que estou a ver. Um grande solo de guitarra eléctrica e Gonçalo, o rapaz com problemas com a bebida, a vestir uma gabardine preta, debaixo da qual guarda uma espada japonesa, com a qual cortará a cabeça a Rodrigo por este lhe ter roubado a gaja.
Bem, agora se me perdoam (só têm é que perdoar), vou sugerir aos produtores uma cena para um dos próximos episódios de “Dei-te quase tudo”. Que me dizem a o Rodrigo ser apanhado, na praia, por um tubarão? Eu gostava. Ou isso ou ser atropelado por um camião. Eu acho que isso iria garantir audiências.
O bom disto tudo é que o rapaz pode fazer isto a cada episódio que não se magoa. Acho que da próxima vez ele devia ir trabalhar para um hipermercado qualquer, na secção de peixes e afins. Aí, podia espetar um bico de um espadarte em pleno dorso e cortar metade do corpo numa serra de cortar bacalhau. Pronto, está bem, se calhar exagerei um bocado, mas o rapaz sobrevive, pá. Ele é imortal.
O Manuel Luís Goucha também é imortal, não é? E o Manoel de Oliveira.

terça-feira, maio 02, 2006

Nada é mais interessante do que isto

Trago hoje um assunto que é do interesse de todo o cidadão interessadamente interessado em temáticas interessantes. Interessante, o facto de se poder juntar palavras da mesma família da mesma frase sem cair no tão comum e parvo erro da redundância. Quer dizer, até há alguma redundância naquilo que eu disse no primeiro período desta odisseia lírica, mas isso também não interessa (estão a ver? Mais uma vez a alusão ao “interesse”). Interessar interessa, mas não é, na sua totalidade, objecto de interesse.
Mas como não é sobre coisas interessantes que vou tecer comentários, debruço-me agora sobre aquilo para o qual a minha massa encefálica está inclinada hoje – nada.
É verdade, o que ides ler resume-se tão-somente a isto – nada.
Mas é possível encher linhas e linhas (quer dizer, aqui no processador de texto não há linhas como num caderno pautado, o que acho errado e de muito mau gosto por parte dos senhores da Microsoft) com matéria tão vazia de conteúdos? Claro que sim.
Imaginem que durante o tempo em que estão a ler isto estão a ler um conto de Eça ou até mesmo uma epopeia. Já estão a imaginar? Não? Eu também não, mas o que é certo é que á medida que eu vou despejando palavras, vocês lêem e, no entanto, nada de útil chega ao vosso cérebro. É certo que quando acabarem de ler isto, a vossa vontade de me agredir será maior ainda do que a natural vontade que têm, diariamente, de agredir a minha pessoa, mas tudo bem. À contagem de caracteres, esta magnífica peça de nada regista já 1451 inserções. Nada mau, para quem, quando começou este texto, não tinha sequer um tema. Quer dizer, no fundo até o tenho – nada. Bem, no fundo no fundo não o tenho, mas o que é que isso interessa? Nada.
Mas perguntam-me vocês: - “então mas falar de nada tem arte?”. Meus amigos, eu respondo-vos como Pat Morita respondia a Daniel-san – “então e o tigre que dança não é mais ágil do que a árvore que se abana?”. Pois é, ficaram na mesma. Eu também, em todos os filmes do Karate Kid que vi. É certo que aprendi que uma dona de casa é capaz de arrumar o maior dos rufias apenas com o gesto de limpar uma janela ou de encerar um carro, mas pronto, se calhar foi só isso.
Mas é sobre nada que as principais filosofias foram construídas. Epá, será que daqui vai sair uma daquelas filosofias chatas que, daqui a umas boas décadas (duas, talvez) seja estudada por jovens imberbes nas escolas públicas? Será que, a meio de diálogos estudantis, a temática será esta: - “epá, o que é que estás a dar em Filosofia? Olha, acabei a semana passada David Hume e estou agora a dar o ‘Nadismo Santosiano’ lá daquele tótó de quem nem o nome sei!”.
Nada é discutir (amigavelmente) com o nosso colega de trabalho quem é que pertence aos Velvet Revolver e quem é que se mantém nos Gun’s & Roses e quem é que era dos Gun’s & Roses e agora está nos Velvet Revolver e quem é que era dos Stone Temple Pilots e agora faz parte dos Velvet Revolver e não é dos Gun’s & Roses. Ah, esperem, isto nem sequer se perfila como ‘nada’. A única coisa que se sabe é que a memória de Axl Rose de kilt continua assustadoramente presente na minha mente.

A linha de intervalo anterior tem cerca de 120 horas. É mais uma prova do que custa escrever sobre nada. Estive mais de cem horas para descobrir o que é que ia escrever neste parágrafo e, uma vez mais, isto torna-se num ciclo vicioso – durante este período apenas consegui dizer que tive mais de cem horas para escrever isto. Ora, isso já as pessoas sabem. Se é uma coisa sobre a qual as pessoas já têm conhecimento, para que é que eu estou para aqui a escrever continuamente? Não sei. Eu não consigo parar. Parece que é mais forte do que eu. Escrever sobre nada é mesmo fixe. Deviam experimentar. Ou então não experimentem. Não deve valer muito a pena. Olha eu, estive mais de cinco dias a tentar arranjar algo para publicar e deu nisto. Também podia ser pior. Uma fractura na pélvis é muito pior. Digo eu.