segunda-feira, novembro 28, 2005

Desabafos (não intestinais) assustadores

Algo me inquieta. Não, para quem pensa que são lombrigas, desengane-se. Também não é o facto de ter comichão no recto. Oops, acabei de me denunciar. Ok, esqueçamos isto.
O que se passa é que, em Portugal, atingimos o cume da perfeição ao estarmos (“estarmos” não, porque eu não vou construir nada) prestes a construir um aeroporto internacional de categoria. Só o nome é hilariante: “Ota”. Meu Deus, a quantidade de piadas que me dá vontade de fazer com este nome. Ai, os trocadilhos são tantos que… [um momento] pronto, já enfiei a cabeça dentro do sistema de ventilação de ar condicionado aqui do prédio onde trabalho. Já me sinto mais calmo.
Serei eu que sou muito estúpido – explicação mais provável para o que ides ler – ou será que esta questão nem merece consideração? Eu aposto na primeira hipótese.
Adiante. O governo anunciou que o projecto para a construção do aeroporto internacional da Ota [tremer de lábios, como que a conter uma gargalhada] está já em fase de “pós-estudo” e que a execução do mesmo terá início em 2007. Ok, até aqui tudo bem. Restam-me apenas algumas dúvidas:
- Onde raio fica a Ota? [AHAHAHOHOHOHOIHIHIHIUHUHUHUOHOHOHO! Eu não aguento, não consigo parar de rir sempre que escrevo, leio ou ouço a palavra “Ota”…e agora cuspi o monitor de tanto rir]
- Como é que se vai para a Ota? [AHAHAHAHOHOHOHOHUHUHUHU]
- PORQUÊ NA OTA? [AHAHAHAHOHOHOHO]
O meu abdómen está, neste momento, contraído de tal forma (devido às gargalhadas que dei) que acabei, agora mesmo, de perceber que visto de frente ou visto de perfil sou igual.
Mas o que é realmente assustador é eu a sair do banho… não, não era bem isto que eu queria dizer. Recapitulando…
Mas o que é realmente assustador é pensar na possibilidade de vir a ter um Presidente da República com mais de oitenta anos. Também não era isto que eu queria dizer.
Mas o que é realmente assustador é passear pelo Martim Moniz.
Mas o que é realmente assustador é ver a “1ª Companhia”.
Mas o que é realmente assustador é ver a “1ª Companhia” e sem qualquer razão aparente, não conseguirmos parar de a ver.
Mas o que é realmente assustador é a Arlinda Mestre.
Mas o que é realmente assustador é o facto de ainda não ter conseguido dizer o que é realmente assustador.
Mas é desta que eu digo o que é realmente assustador. O que é realmente assustador é a duração da construção do aeroporto internacional da Ota! [AHAHAHAHOHOHOHOHOHIHIHHIHIH]
Dez anos. Dez anos vai durar a construção de um aeroporto. Corrijam-me se estiver errado mas, um aeroporto não é, basicamente, uma pista de alcatrão com 2 ou 3 quilómetros? Pá, dez anos? DEZ ANOS? Livra! Em dez anos eu construía um império num qualquer jogo de estratégia para computador.
Já estou mesmo a ver o cenário. O capataz das obras lá do aeroporto chega ao local e diz, enquanto coça a genitália e solta autênticas bombas de metano pelo recto, para o ministro das Obras Públicas (se as obras são públicas, não devia o povo português ter o direito de as ver na RTP?): “Epáááááááá, isto vai ser do (e a partir daqui são escutados todo o tipo de vocábulos e ditongos ordinários existentes no léxico português). Lá pá hora d’almoço tem isto pronto, schô ministro”.
Dez anos? Vou ter de esperar até 2017 para ver uma das maiores obras de engenharia deste país que consiste, basicamente, numa pista de alcatrão e numa torre. Uau! [por momentos senti saudade de Amiga Olga]

Amiga Olga, onde estás?

segunda-feira, novembro 21, 2005

Musicalmente, encontrei um génio que vai até ao limite

Está de volta o homem por quem todos esperámos. Não, não é o José Cid com o seu novo álbum (com muita pena minha). Não, também não é o António Calvário com o seu novo álbum. Não, também não é o D. Sebastião (esse já morreu). E não, não é o João Baião (esse faz Revista e isso mete medo).
Há alguns dias (só agora estou refeito do choque) vi um amolador a menos de dois metros de mim. Um amolador, com a sua bicicleta. O que me apeteceu, após cerca de dez longos e loucos segundos de cruzamento pedonal com tal personagem foi sová-lo de tal forma de maneira a que os dentes do obtuso ciclista que afia guarda-chuvas e objectos cortantes fossem a próxima coisa para ele afiar.
Durante o pouco tempo em que estive frente-a-frente com “a criatura” (a expressão atrás referida está entre-aspas uma vez que esta não é uma expressão minha e sim de uma pessoa complexamente simples, cujo nome não vou revelar por respeito para com a pessoa e para proteger a sua privacidade) fui presenteado com melodias dignas de um Vangelis. O homem possuía uma flauta detentora de um som verdadeiramente… AAAAAHHHHHHHH!!!!!! ASQUEROSO!!!!!!!!! Perdão pelo grito de loucura, mas ainda hoje tenho pesadelos.
A besta de bicicleta soprava para a sua flauta com uma destreza que… meu Deus. O agudo e tenebroso som era audível até no Burundi. Agonizei. O horrível e agudo som entrou-me pelos ouvidos adentro e as lágrimas vieram-me aos olhos como que do visionamento do “Em busca do Vale Encantado” se tratasse. É que… apre! Livra! Nunca ouvi som tão irritante. Por momentos, a imagem de poder torturar o amolador com gravações do “Você na TV” passou-me vezes sem conta pela mente, mas só de pensar que Manuel Luís Goucha poderia chamar-me “querido”, esbofeteei-me brutalmente e aquilo passou-me.
Mas o descalabro ainda estava para vir. Imbuído pela arte de autores como Wagner, Verdi, Toy ou Mozart, o amolador entoou autênticos hinos na sua flauta. O som disforme e incompreendido do artista contrastava com a vontade de ficar surdo que assolou o meu cognos naquele momento. O pânico instalou-se na pacata zona de Miraflores e as pessoas começaram a correr, aos gritos, temendo o apocalipse. Desde logo assumi uma postura de líder e, aos gritos também, corri que nem uma louca. O problema foi quando a melodia (se é que a isso podemos chamar ‘melodia’) se apoderou do nosso ‘flautautor’. Aí tomaram lugar as explosões e as pilhagens. Miraflores deixou de ser o que era. O amolador passou por lá.
Outra coisa que não tem nada a ver, mas que é pertinente. Quer dizer, pertinente não é, mas pronto. Os serviços secretos dos Estados Unidos da América têm provas de que Fidel Castro, o presidente democrata-cristão de Cuba, sofre de Parkinson. Caramba, pá. Mas isso não dá para ver pela televisão? É preciso mandarem para lá uma carrada de espiões para descobrirem que o homem treme? Por exemplo: cá em Portugal todos sabemos que Mário Soares anda com uma algália e não temos o SIS a investigar. Está na cara. Na cara não, está um pouco mais abaixo mas... (epá, já chega de piadas destas!)

[Até... até... até... irra!!!]

Post Scriptum (é, eu sei Latim. Falo fluentemente e tudo. Não, não falo, mas também não interessa para aqui, uma vez que este aparte já está a ficar muito longo e já está a cansar) – De realçar que parte deste texto foi escrito ao som da música “Ao limite eu vou”, das Nonstop.

sábado, novembro 19, 2005

Quando as profecias se cumprem:

Quando alguém se lembra e diz: "Vamos descer a Rua Garrett ao pé coxinho". Quando outros dois indivíduos decidem acompanhar a iniciativa e começar também a saltar às quatro da madrugada pela rua deserta. Quando os três acabam ainda a meio da rua a arfar mas ainda com ar na caixa torácica suficiente para rir. Depois: recuperar e caminhar para um táxi ainda a tempo de cantar a plenos pulmões "lisboa menina e moça, menina!!" em pleno Rossio. Pé coxinho com ele.

E para que fique registado:Capela Gadget e Catherine Loyal são companheiras de pé coxinho.

terça-feira, novembro 15, 2005

Billie Jean is not my lover, a linguiça e o Scotch Brit disseram-me que não!

Após um longo e estúpido interregno, a magia está de volta. Mais descabido do que nunca, debruço-me hoje sobre algumas problemáticas que me têm atormentado o cérebro (ou o que resta dele, tendo em conta que tenho escutado Paulo Gonzo com alguma frequência, o que me tem causado violentos espasmos de loucura).
Bem, basicamente o que me tem atormentado o cérebro é o facto de (e reparem na desactualização) existirem estádios de futebol com nomes de marcas. O estádio onde joga o Bolton Wanderers – clube que milita na Premier League inglesa – tem o nome de Reebok Stadium. Ora, se já na Inglaterra, país onde imperam excelsas e nobres práticas, como o hooliganismo (ah, não era isto que eu queria dizer, era mais o ‘chá das cinco’), já há estádios de futebol com o nome de marcas, porque não começar a fazê-lo cá na “ocidental praia lusitana”? [momento literário]
Proponho, e garanto-vos que estes são conceitos vencedores, o seguinte: o Estádio do Dragão, no Porto, passará a chamar-se “Estádio Mocambo”. Não me perguntem porquê, foi a primeira marca que me ocorreu. Outra. O Estádio de Alvalade deixará de relembrar o visconde de Alvalade e passará a denominar-se “Estádio Peta-Zetas de Coca-Cola”. Quanto ao Estádio da Luz, a solução é óbvia – “Estádio Tena Lady”.
Senhores directores de Marketing das instituições acima visadas, façam o favor de levar a sério o que eu digo. Ou então não levem. Pois, é melhor não levarem a sério o que eu digo. Devo dizer que sou assolado por estas ideias devido ao facto de ingerir, diariamente, Mercurocromo e bolas de naftalina ao pequeno-almoço. E então se borrifar as bolas de naftalina com um pouquinho de pó-de-talco, ui! Delicioso.
Vou contar-vos uma história.
Uma linguiça assada e um Scotch Brit (então, é escocês ou é britânico? Não há aqui uma redundância? …) PÁ, MAS O QUE É ISTO?! NÃO CHEGA JÁ DE PIADAS DESTE CALIBRE? É que… caramba, pá!... Livra!
Retomando… uma linguiça assada e um Scotch Brit passeiam-se alegremente de trotinete pelo Louvre, quando dão de caras com o Michael Jackson. Os três começam logo a entoar o Billie Jean, com a linguiça a fazer a “malha” do baixo e o Scotch Brit a fazer alucinantes e destemidos ritmos. Começa a chover e Michael Jackson usa como desculpa o facto de ter a roupa no estendal para se ir embora. A linguiça e o Scotch Brit ficam tristes, mas desde logo o seu coração se alegra, pois é naquele momento que reencontram o amigo de longa data, o Salmonella typhimurium (vulgo Salmonela). Scotch Brit logo o saúda com um valente abraço e pergunta-lhe: - “então, meu? Como é que estás, e tal?”, ao que o Salmonela lhe responde: - “epá, tenho andado aqui com uns vómitos e umas diarreias bem tramadas, pá, mas de resto vai tudo bem. Ando a sair com a Mycobacterium tuberculosis (Tuberculose) mas a coisa não está muito famosa. Temo que isto não dure muito tempo. Acho que vou fazer uma cura ou coisa assim porque ando aqui com uma tosse que me arranha a garganta toda”. "Oh bactéria (sim, Scotch Brit tem de o tratar por bactéria e não por 'homem', que é o que qualquer um de nós faria) e tal, não desanimes, pá", diz o esfregão de cozinha. [mas que piada tão... ai!] É aí que a linguiça se lembra do conselho que lhe havia sido dado por Felipa Vácondeus – “nunca fazer o refugado em jejum”, dizia a agora ‘cara’ da Ideia-Casa. “NÃO!”, gritou a linguiça, “AFASTA-TE DE MIM!”, gritou novamente a linguiça assada, uma vez que o trauma das aulas de culinária com a senhora ainda era bem presente. Após ter sido esbofeteada por Scotch Brit, a linguiça lá se acalmou e aconselhou o Salmonela a fazer, duas vezes, o percurso da carreira 56 da Carris. E o Salmonela assim fez. Ainda hoje não se sabe nada deste pobre coitado. Dizem que anda ali para os lados de Alcântara a vender cintos coloridos.
Moral da história: quando se cruzarem com o Júlio Isidro, façam o favor de lhe dirigirem a palavra. O homem merece uma saudação, independentemente do facto de o nariz dele já vos ter vazado uma vista.

terça-feira, novembro 08, 2005

Pus Halibut no elevador e assustei-me

Gosto de pensar que ainda há coisas neste mundo que me surpreendem. E não é que as há? Há, há! De verdade que há. Há mesmo. Olhem que há. Há, há. Há? Há.
[chega]
Recentemente fui confrontado com uma situação que me deixou um tanto ou quanto, como dizer, sem reacção. De facto, há coisas bem mais interessantes de se fazer do que aquilo que a seguir retratarei com tanto medo.
É no elevador do espaço académico que frequento que se passam as maiores loucuras de que há memória em Portugal. Ali há mais insanidade do que no Parlamento.
Ao chamar o elevador (é a última vez que me ponho aos gritos a chamar pelo elevador) entrei mais uma colega minha. Lá dentro estavam quatro alunas da Escola Superior na qual estudo. Dessas quatro, uma era detentora de um perímetro (quase) equivalente ao de duas Valentinas Torres e uma Simara. É certo que o desgraçado do elevador (esse desgraçado que tem uma das mais miseráveis vidas ao cimo da Terra. Anda para baixo e para cima. Nunca pôde olhar para o lado, sequer) já se queixava do peso que suportava, piscando, ora sim ora não, a lâmpada de presença instalada no tecto. O suor começou a escorrer pelo meu corpo e, por instantes, os mais tenebrosos pensamentos invadiram o meu ser. Os estranhos e difusos ruídos emitidos pelo elevador anteviam o pior. Era certo. Preso no ascensor era o mais provável dos cenários. Quando se dá o primeiro solavanco, ouvem-se gritos de histeria e eu solto um gás (daqueles que… ok, vocês não devem querer saber pormenores). Segundos depois – todo o milésimo de segundo que ali passava tinha a penosa e longa duração de um Festival Eurovisão da Canção – o segundo ruído. Aí, ouvi a frase mais assustadora da minha vida (a seguir à ordem do médico que me operou em Maio último, quando tirei um enorme e brutal caroço do glúteo esquerdo. A frase foi a seguinte: - “Dispa as calças e deite-se de costas na marquesa.”. E eu fiz isso e verti lágrimas) até hoje. A senhora que deve tomar o pequeno-almoço na “Meta dos Leitões” disse tão-somente isto: - “Ai, que eu não quero morrer virgem!”.
O silêncio era ensurdecedor. O elevador manteve a firme postura e levou-nos até ao destino. Aqueles cabos de aço que o sustêm há já onze anos nunca sofreram tamanha tensão e, no entanto, portaram-se como dois homens de barba rija.
[Ã?, a piada foi má?… “barba rija… aço” …]
Num laivo de desespero comecei a cantar, baixinho, o Hino Nacional, na esperança de me esquecer rapidamente daquilo que acabara de ouvir. A única coisa em que eu pensava era: - “eu não precisava saber isto, ainda para mais sendo eu o único homem, no meio de cinco mulheres, dentro de uma interminável e estúpida viagem de elevador.”.
Foi sem dúvida o momento estúpido da semana e eu só queria era encontrar, depressa, uma sanita, para mergulhar lá a cabeça, puxar o autoclismo, e esperar que o WC Pato fizesse o seu efeito.
A propósito, alguém me sabe explicar o porquê de o Halibut, essa pomada cicatrizante para assaduras e outros que tais composta por Colecalciferol 625 U.I./g mais Retinol, palmitato 5000 U.I./g mais Zinco e óxido 150 mg/g tem, também na sua estúpida e complexa composição, “aroma a baunilha”? É verdade. Hoje de manhã, quando ainda não tinha lavado os olhos com uma mangueira do Elefante Azul (tem de ser assim senão as ramelas não saem) deparei-me com este enigma. Desde logo pensei estar a ser vítima de um qualquer rasco e triste episódio de apanhados portugueses, mas não, eles não iam a Alfornelos, pensei para comigo. De facto, na bisnaga do Halibut lá de casa está escrito, na composição do medicamento, “aroma a baunilha”. Fui invadido pela vontade de ir buscar umas bolachinhas, pois também ainda não tinha tomado o pequeno-almoço, mas enfiei os dedos da mão direita na tomada do secador e, com a mão esquerda, abri a torneira do lavatório e ali a lavei. Passou-me logo a vontade. E não, por favor, não façam isto de por os dedos na tomada. Dói um pouco.

Agora expliquem-me. Aroma a baunilha? Numa pomada para assaduras? Será a pele assada e por cicatrizar uma amante devoradora de baunilha? Não sei, só sei que esta é realmente uma questão que me inquieta. Daqui a tempos é o Betadine com sabor a maracujá e o Fenistil Gel com sabor a lima-limão.
[Que alusão tão estúpida]

segunda-feira, novembro 07, 2005

Eu voto em mim. Na, não voto nada, estava a brincar!

Ainda há coisas que me fazem espécie. Uma é a agonizante dor nas virilhas que trago comigo desde a manhã de hoje. Outra é o estado das candidaturas à presidência da República, mas isso também não me interessa nada, porque só votava se no boletim de voto figurasse o nome de Olga Cardoso.
Bem, afinal interessa-me.
Proponho alguns candidatos, slogans e os porquês das suas candidaturas:

- Eduardo Prado Coelho. Porque é o único que, além de Marcelo Rebelo de Sousa (por favor, não se candidate, professor Marcelo!), é capaz de comentar política, televisão, futebol e literatura com o mesmo entusiasmo e loucura. E tem, tem mesmo a mania de que sabe tudo! O seu slogan será: - “Dêem-me uma Gillette e uma cadeira que aguente comigo que eu mudarei Portgual!”.
- Iran Costa. Porque é aquele de quem já todos se esqueceram e que agora só toca em rádios como a Emissora Regional do Zêzere (Santarém, 102.7) e a Antena Miróbriga (Setúbal, 102.7) e porque é um réptil e todos sabemos que os dinossauros da política andam aí. Ora se Iran Costa é um crocodilo [“É o bicho, é o bicho, vou te devorar, crocodilo eu sou”] esta é a melhor altura para fazer frente aos dinossauros da política. É, as duas rádios têm a mesma frequência! É parvo, eu sei. O slogan do guru da MPBOPQNSADQPÉEQTDSDPPSSQC (Música Popular Brasileira Ou Portuguesa Que Não Sabe Afinal De Que País É E Que Tem De Se Decidir Por Portugal Se Se Quiser Candidatar) será: - “Pau que nasce torto nunca se endireita, menina que requebra, mãe pega na cabeça!”.

[nunca consegui entender o que queria o poeta Costa dizer com isto]
- Vítor Espadinha. Porque não tem jeito para nada do que faz. E até é possível que venha a ter jeito para a política. O slogan do mestre da recordação seria: - “Foi em Setembro que te conheci, trazias nos olhos a luz de Maio e na boca um cheiro a feijão verde e a paio.”.
- Luísa Castel-Branco. …meu Deus, o que fui eu dizer. Slogan da senhora será: - “Você não percebe nada de nada e eu sou a única mulher do mundo com uma verruga do tamanho de uma bola de pingue-pongue e isso sim, isso é uma vantagem para os portugueses. E não quero ouvir mais nada. Prontos!”.
- Cifrão (A.K.A. Zé Milho) dos D’ZRT. Porque sabe dançar e porque tem a poupa que todos os portugueses com menos de 0.3 de QI querem ter. E o (nada) previsível slogan será: - “Para mim tanto me faz!”. Visitem
http://dzrt.do.sapo.pt/cifrao.JPG e riam. Ou então chorem. Ou então dêem brutais e desmedidas cabeçadas na parede até partirem a parede. Foi o que eu fiz.
- José Mourinho. Porque é o José Mourinho. Slogan: - “Eu sou especial e sou parvo e os portugueses que não são do FCPorto também gostam de mim e do Chelsea!”.

E agora, a sobremesa deste repasto literário que acabastes de ler.

“Quando o vento bater no seu cabelo
Espalha-se a magia pelo o ar
Ele vai te encontrar esperando
Que o destino revela enfim
O segredo que tem p’ra te contar

Há tanto tempo que eu te quero no meu lado
Nossos caminhos não haviam se cruzado
Meu coração bate mais forte que a emoção que tem você p’ra mim

Uh oh oh

Aquele grito que era preso na garganta
Se transformou e a nossa vibração é tanta
Canta comigo p’ra dizer a todo o mundo que é assim nosso amor

É o Bicho (x2)
Vou te devorar
Crocodilo eu sou
É o Bicho (x2)
Vou te devorar
Crocodilo eu sou”

[eu não sei o que hei-de fazer]

sábado, novembro 05, 2005

A Odisseia de Josélito no País da Farfalhuda #8 (O REGRESSO)

Capítulo anterior

aqui.

Capítulo VIII

nuno da câmara pereira (mais uma vez em minuscúlas) e Zé Tó cavalgaram em direcção so Algarve onde passaram três meses de férias num T0 (isto é um zero, não se pretende afirmar que eles tenham repousado no interior de um sujeito chamado Tó). Saíram para o exterior apenas uma vez (para comprar uma pá e um ancinho) e passaram o tempo todo em roupa interior. Por várias vezes encontraram o Santo Graal. No dia 3 de Novembro Josélito aproveitou o facto de Nuno da Câmara Pereira estar a ver a actuação de Madonna nos EMA para escapar do T0 no Algarve. Para Josélito aquele 3 meses foram a maior tortura da sua vida. o Top 5 das torturas de Zé Tó organiza-se da seguinte forma:

1 . 3 meses num T0 no Algarve com nuno da câmara pereira.
2 . 1 fim-de-semana em Benidorm com Anita Guerreiro e Maria José Valério.
3 . 3 horas com o elenco dos Mini-Malucos do Riso "on acid" na casa de banho do Califa.
4 . 7 minutos e meio com Eunice Muñoz e Ruy de Carvalho no intervalo de mudança da algália.
5 . 1 dia passado na loja Casa Cheia do Bombarral com a Goretti de Psicologia.

Josélito apanhou o expresso em Albufeira e passado 3 horas e meia de viagem encontrava-se de novo em Lisboa, local onde toda a Odisseia se iniciou. A vida é uma bola, pensou. A vida é feita de encontros e desencontros. Nesse momento Zé Tó lembrou-se que Henrique Mendes morreu. Perguntou-se se Cristina Caras Lindas também tinha morrido mas olhou para o lado e viu-a de t-shirt amarela a vender a revista CAIS. Zé Tó ajoelhou-se aos pés de Cristina Caras Lindas e orou como nunca tinha orado na vida. Cristina agarrou numa seringa e mandou para a veia enquanto fazia os trocos de mais uma CAIS vendida. E foi assim que Zé Tó decidiu mudar o nome para Mariema e começou a trabalhar numa nova Petit Patapon para crianças que gostam de se vestir com roupas de cabedal.

O próximo capítulo surgirá, brevemente e envolto em luz, aqui.

quarta-feira, novembro 02, 2005

A palavra "irra" é genial e mais não digo

Confrontado com o facto de não ter, neste momento, acesso à Internet em casa, vejo-me, por força das circunstâncias, (mas que força sobre-humana têm estas senhoras, que me obrigam a mencioná-las?) forçado a referir-me a elas como a principal causa da minha mais esporádica e menos diária visita a este espaço. Tudo isto para justificar a não publicação de posts diários. Caramba pá, que sou complicado.
Fui invadido por um pensamento que tem assolado todo o meu sistema nervoso central, como que de uma capa de um dos álbuns dos Santamaria se tratasse.
Afinal, o que é viajar em primeira classe? Significa que temos de regredir até à infância, altura despreocupada em que tínhamos cinco/seis anos?
[e pronto, agora que foi formulada a piada estúpida do dia, posso calar-me]
Não, a cogitação (yupi, utilizei uma palavra que não se utiliza pelos portugueses no seu quotidiano… “yupi”!) que me tem incomodado é a de que o português não sabe o que é o bom tempo.
[ler com voz de locutor de rádio] Nos últimos dias assistiu-se, em território continental, à passagem de uma frente fria proveniente do árctico. Esta massa de ar foi responsável pelo mau tempo em todo o território nacional, provocando diversas inundações em vilas e até mesmo cidades deste jardim à beira-mar plantado que é o nosso Portugal (ok, a alusão ao jardim foi romântica e amaricada de mais, mas não pude evitar). Isto ouvi eu, vezes e vezes sem conta, sendo que a vontade de me amarrar a uma cadeira e de colocar um álbum dos Delfins para aí me torturar durante dez horas foi uma possibilidade que considerei até à última, altura em que fui sovado com uma embalagem de ervilhas congeladas pelo Sr. Teodósio, proprietário de uma mercearia situada algures na rua do bairro onde resido, homem capaz de saber se a fruta está madura ainda ela não chegou ao seu estabelecimento. Quando o camião da fruta está a chegar Teodósio inala o ar e, subtraindo o monóxido de carbono presente na atmosfera, diz qual a fruta que aí vem e mais, quantos daqueles caroços pretos estúpidos tem a melancia que pesa seis quilogramas e trezentos. E a piada que aí vem é necessária e fundamental para o bom funcionamento deste blog. Enquanto degustava uma bela salada, à hora de jantar, questionei a minha mãe sobre a origem do saboroso e suculento tomate que compunha o compêndio vegetal à minha frente presente, ao que a minha excelsa progenitora respondeu: - “são os tomates do Sr. Teodósio!”. [palmas, por favor]
Bom tempo. Há uma carrada de tempo que não chovia e agora, só durante o mês de Outubro, choveu mais do que durante o 2004 todo, e os senhores sujeitos indivíduos com voz activa em Portugal vêm chorar, qual bebé desmamado. Agora, duas coisas:
- Os senhores que diziam que era preciso que chovesse senão daqui a um ano estávamos todos a tomar banho de três em três dias (coisa que já faço com regularidade. Belo trocadilho, heim?), são os mesmos que agora dizem que a chuva já causou estragos e que se continuar assim vamos ter problemas?
- Os senhores que diziam que a vaga de calor que se sentia por toda a Europa era mau tempo, são aqueles que, agora que chove como o caneco, dizem que está mau tempo?
- Os senhores que se queixavam de que a seca lhes destruíra quase tudo o que era plantação são os mesmos que agora dizem que a chuva lhes deu cabo das colheitas (de urina?)?
Os senhores que… irra!, que assim a gente não se entende. Mas como é que é? Está bom tempo ou está mau tempo? Qual a vossa definição de bom tempo? 9,12 Segundos nos 100 metros livres? [epá, mas que piada tão má, tão má, tão má…é que foi má]
Não consigo escrever mais. Tenho de parar. A piada foi mesmo muito má. É que, de repente, senti uma dorzinha assim algures pelo corpo todo devido à chalaça.
Puxa, que coisa absurda.

El-Rei D. Sebastião

Porque às vezes aparecem coisas vindas do céu que parecem discos voadores. Normalmente estou na praia e eles aparecem. Colados a eles vêm crianças roliças e badalhocas e as suas mães que cheiram a algas. Por vezes na cidade eles também surgem. Mas na cidade eles aparecem com hora marcada, e com local estipulado num pequeno papel que nos deixam na caixa do correio. Depois basta ir ter com eles, receber o dinheiro que eles trazem da Segurança Social lá do sítio e podemos ir embora descansados. A vida na cidade, mesmo que com coisas vindas do céu, é bem mais simples que a vida noutro lugar qualquer. Damos um salto e estamos à frente de uma farmácia. Damos outro salto e julgam-nos amoladores. Se por acaso nos deitamos no chão ficamos colados à cidade. Depois torna-se difícil levantarmo-nos mas com uma pequena ajuda continuamos com a nossa vida. Por vezes aparecem pessoas com gravadores; respondemos "por tua causa" de peito aberto e continuamos o nosso caminho. Continuamos, continuamos e continuamos sempre à espera que na próxima esquina apareça um "por tua causa".


E Sebastião, o meu cão, não o Rei imberbe, regressará numa manhã de nevoeiro...cá te espero de volta.