quarta-feira, maio 10, 2006

Exmo. Sr. Rodrigo, o imortal

Exmo. Sr. dos Exmos. Srs., Exmo. Sr. Presidente da Mesa da Assembleia-Geral disto, Exmo. Sr. Secretário de Estado da Parvoíce, Exmo. Sr. Maestro do Coro de Jovens Cantores de Viena (mas o que é que você está aqui a fazer?), Exmo. Sr. Paulo de Carvalho, Exmo. Sr. cuja presença nesta Associação me era, até hoje, totalmente desconhecida, embora seja um prazer tê-lo cá, Exmo. Sr. que está a tirar macacos do nariz neste preciso momento, Exmo. Sr. que se esqueceu de fechar a braguilha quando veio dos lavabos, Exmo. Sr. detentor do recorde nacional dos 500 metros bruços, Exmo. Sr. que daqui a pouco me vai explicar para que é que serve este comunicado, Exmo. Sr. responsável por algo que não sei o que é, Exmo. Sr. a quem nem vou perguntar o que é que está a fazer aqui, Exma. Sra. da limpeza cá do prédio… Espera, pára tudo, Exmo. Sr. Paulo de Carvalho? O Maestro dos Jovens Cantores de Viena pronto, ainda vá que não vá, agora você? Não era você que cantava “o que faço aqui?”. Então vá, aqui tem uma oportunidade. Pisgue-se.
Retomando… Exmo. Sr. Presidente do condomínio do número 9462 de Linda-a-Velha, Exmo. Sr. (ou Sra., não consigo perceber muito bem), deixe-se disso, Exmo. Sr. que a última vez que cá esteve foi interrompido pela sirene ali do quartel dos bombeiros… ah, o Paulo de Carvalho ainda está aí? É que tenho umas perguntinhas para lhe fazer.
A telenovela “Dei-te quase tudo” [gargalhada louca] permitiu-me fazer a descoberta do século. Olhemos para a personagem Rodrigo, interpretada por Pedro Granger. No início da novela, Rodrigo foi espancado pelos “amigos” de Joana, tendo sido levado para o hospital e tendo ficado muito mal tratado (não em risco de vida, mas quase). Mais tarde, Rodrigo foge com Joana e vai trabalhar para uma quinta, onde se dedica á agricultura. Mais uma vez, Rodrigo mete-se com quem não deve, desta feita com um tractor. Passados alguns minutos tem um acidente e fica inconsciente. Rodrigo é, mais uma vez, levado para o hospital, onde é tratado por John Carter de ER, auxiliado por Dr. House. Ai não, é por dois médicos espanhóis. Uns dias depois, Rodrigo está pronto para outra.
E não é que vai mesmo haver outra? Depois desta aventura, Rodrigo foge da quinta onde estava a trabalhar e vai para uma vila piscatória, na qual se aventura na faina. Um dia, de madrugada, a embarcação na qual seguia viagem é apanhada por um temporal e não regressa á costa no tempo previsto. Uma vez mais, Rodrigo está em perigo. Mas, miraculosamente, Rodrigo regressa a terra, são e salvo.
Depois disto, é a vez de levar um tiro. “Isto também está a tornar-se monótono”, pensaram os realizadores e produtores da novela. E não é que Rodrigo leva mesmo um tiro? De um puto de nove ou dez anos. Pior, fica em coma. Durante dias, Rodrigo corre o risco de nunca mais acordar ou de, caso acordar, ficar em estado vegetativo. Após uns quantos dias de muita angústia, Rodrigo acorda, bem de saúde. Espectáculo. Emoção.
Mas não é tudo. Recentemente, Rodrigo precipitou-se (mandou-se, vá) de um penhasco. E não é que o sacaninha não morreu?
Ora, o que é que se passa? Meus amigos, só tenho uma coisa a dizer. Rodrigo é Duncan MacLeod, o Highlander. Rodrigo é imortal! Não há outra explicação. Este homem resiste á morte com uma facilidade que até mete nojo. Irrita, pronto. Próximo passo da novela: Cortar a cabeça ao Rodrigo. Só pode ser. Parece que estou a ver. Um grande solo de guitarra eléctrica e Gonçalo, o rapaz com problemas com a bebida, a vestir uma gabardine preta, debaixo da qual guarda uma espada japonesa, com a qual cortará a cabeça a Rodrigo por este lhe ter roubado a gaja.
Bem, agora se me perdoam (só têm é que perdoar), vou sugerir aos produtores uma cena para um dos próximos episódios de “Dei-te quase tudo”. Que me dizem a o Rodrigo ser apanhado, na praia, por um tubarão? Eu gostava. Ou isso ou ser atropelado por um camião. Eu acho que isso iria garantir audiências.
O bom disto tudo é que o rapaz pode fazer isto a cada episódio que não se magoa. Acho que da próxima vez ele devia ir trabalhar para um hipermercado qualquer, na secção de peixes e afins. Aí, podia espetar um bico de um espadarte em pleno dorso e cortar metade do corpo numa serra de cortar bacalhau. Pronto, está bem, se calhar exagerei um bocado, mas o rapaz sobrevive, pá. Ele é imortal.
O Manuel Luís Goucha também é imortal, não é? E o Manoel de Oliveira.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

lol...pois so lhe falta as saias...lol pois realmente ele vive a td...lol pa ele no fim tem de ficar cm a joana se n n mete graça!!!
tu tb n percebx nada...axei mal foi uma coisa a mulher das limpezas foi embora n pode ser tu es mau ixo xama se racismo social :P fika bem bjx

5:58 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

epaa ja nao me lembro se sou a maravilhosa ou outra klk..!
mas aki o que está em causa é o rodrigo, esse grande machoman! a verdade é que o rodrigo nao vai morrer..pois é... o rodrigo vai viajar aki para a nossa terrinha e abancar ali na brasileira, ali ao pé do sr pessoa! porque sim, eu vi o rodrigo la e ele estava de boa saude!!! o que eu vos digo é o seguinte! isto é tudo tanga! o rodrigo nao ta no porto com amnesia! ele está aqui, mesmo debaixo do nosso nariz, nakele chiado mesmo zen a comer paezinhos e a beber cafezinho!
o rodrigo é pequeno e tem cara de rato maaaasss........

9:26 da tarde  
Blogger Anaoj said...

Sugiro uma nova forma de prolongar esse espectáculo emocionante que é a vida do Rodrigo:

Ele cai. Mas não é um cair qualquer. Ele tropeça numa casca de banana. Parte a coluna. Hospital. Recupera. Vai a andar na rua e coloca um pé num ancinho, batendo-lhe o cabo violentamente na face. Hospital. Recupera. Vai novamente a andar na rua. Um piano cai-lhe em cima. Novamente hospital. Novamente recupera. Novamente a andar na rua. É atingido por uma grande quantidade de clichés.

Morte.

5:44 da tarde  

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