terça-feira, junho 28, 2005

Há dias assim

O que estão prestes a ler passou-se numa aula de Análise Estatística. Nunca o desespero me levou a tal rasgo de escrita. Foi há já algum tempo (meses) mas só agora tive coragem de o trazer a público.
Era de tarde. Passavam cerca de 54 minutos das duas da tarde. O cérebro de David Santos chegava a um ponto de saturação tal que os seus cabelos, bem como o seu estômago, manifestavam-se, gritando: “O QUE É ISTO? QU’E’Q VEM A SER ISTO? NÃO ÉS CAPAZ NEM SEQUER DE FAZER UM GRÁFICO?”… David estava estupefacto com as explicações do seu professor. A monocórdica voz do mesmo contrastava com o som de teclas de teclados de computadores a serem freneticamente pressionadas, como se de uma orquestra sinfónica se tratasse.
Quatro minutos depois, David Santos acabava de escrever o parágrafo mais estúpido da sua vida. Em sete linhas, não existia linha de raciocínio nem sequer tampouco um rasgo de inteligência. Simplesmente… mera parvoíce. Parvoíce essa que vinha a ser tratada – com afinco, diga-se de passagem – desde as 13:30 na sala de computadores de número um, no piso -1 da Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa. Afinal, se era para se ser parvo, ia-se ao limite da parvoíce, com descrições que nem lembravam sequer ao mais incauto dos mortais.
Os alunos balbuciavam palavras cuja sonoridade se assemelhava mais a um: “éh touro” no meio de uma largada de touros em plena vila de Barrancos. Telma proferia as palavras: “ãh? Eu não ouvi…” e todo o resto do mundo se perdia no meio de tão eloquente discurso. E os minutos passavam. E o estado de latência era tal que já nem os dedos acertavam nas tecla.d+gojwdgs. (como se pode ver um pouco atrás no texto). Alguém do universo turmal expunha dúvidas qual Carlos Lopes a cortar a meta da Maratona Olímpica em 1984 no primeiro lugar que levou Portugal às lágrimas, qual José Cid sentado em cima de um cavalo a cantar “Na Cabana” – que por sinal também levou Portugal inteiro às lágrimas, mas de tristeza e incapacidade de fabricar armas químicas para deixar algures no castelo daquele que se dá pelo nome de “maior autor de rock progressivo de toda a música nacional”. …é de relembrar que sou o primeiro a opor-me a esta medida. Apenas retratei um facto da realidade portuguesa.
Mas afinal, ainda faltavam cerca de trinta minutos. O desespero começava a tomar conta de Santos. Estavam a ser discutidas as notas de acesso dos alunos da ESCS. COMO SE NÃO HOUVESSE MAIS NADA PARA FAZER EM DUAS MÍSERAS HORAS!!!!!!!...afinal, a pesca submarina, a construção do dique do Alviela ou a simples criação de macramé eram meras alternativas sociais capazes de levar o mais simples e ingénuo dos alunos escsianos à felicidade total.
Olhava-se para a parede e a única coisa que se via era um quadro, cheio de números e tabelas sobre cuja tela incidia a cabeça (em forma de sombra) do docente, esse monstro da estatística que, contrariamente ao Papão, não comia criancinhas – até porque isso hoje em dia mete o DIAP (Departamento de Investigação e Acção Penal) e o MP (Ministério Público) ao barulho – mas deixava-nos a nós, meras criancinhas universitárias (politécnicas) à beira da loucura – estado no qual eu próprio já me encontro.
Faltam dezasseis minutos… o “reflexo do desespero” – citado pela colega Mónica – invadia o ser de David Santos. MEDO. …ALEGRIA, logo após estas duas linhas, pois o representante do saber estatístico expressou a seguinte frase: “bom fim-de-semana”. ALEGRIA. HIP…HIP…Opótamo.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Quando comecei a ler o k acabei de ler n fazia ideia da similitude das aulas a que o jovem David Santos assiste em Lisboa, na Escola Superior de Comunicação Social com as que eupropria, Susana Santos, assisto em Coimbra na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação!

ok admito que as minhas aulas de Análise Estatística não são assim tão más (pelo menos as práticas.. as teóricas n sei pk n frekuento desde o inicio do 2º semestre). Mas a descrição tão maravilhosamente feita neste post é surpreendentemente parecida com qualquer uma das (poucas) aulas (a que assisti) de Biologia e Comportamento ou, da mais recente, Genética em Psicologia.

Também eu dei por mim a desesperar, a escrever coisas sem sentido no caderno (sobre a matéria) e algumas frases com sentido (TIREM-ME DAKI!!!! ou KERO IR PA CASA!!!).

E dpois de 2 estafantes horas a ouvir disertações sobre a "Mucoviscidose ou Fibrose Quística do Pâncreas", que incluiam explicações esclarecedoras do tipo:
"a mucoviscidose é uma doença autosómica recesseiva, caracterizada por uma disfunção generalizada de todas as glândulas exócrinas, com uma característica associação de broncopneuminias recidivantes, uma malabsorção por insuficiencia pancreática e uma anormal elevação do teor de electrólitos no suor"... era maravilhoso ouvir a voz do Professor Doutor Zagalo a dizer "Até p'rá semana"
(mm k isso kisesse dizer que "p'rá semana" haveria + e pior!)

10:24 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

AAAAAHHHHH!Cometi a loucura de vir ler est blog e por esta loucura sofri as devidas consekuencias, consekuencias exas k trouxeram grands probs ah minha saúde mental!Existe outra Telma cm a da minha turma!Completament away do k s passa no Mundo em geral, o nosso pekeno Mundo (faculdade) em particular.Isto deixou-m xocada. Uma já era mau, agr 2as???LOL! Ok pronto!Ela até é fixe...kd tá em casa a dormir, d preferencia sem ressonar!LOL!Bem, kt ahs aulas, é verdad há aulas axim, ms olha, só vai kem ker!Mm xato é haver outra Telma!LOL!Ms sim tava smp desejando k a prof d PI (Processos Industriais) dissesse "até prá semana", ms ixo é pk ela era mta burra ("digam-m lá 80% em nºs...")! Ms outra Telma??? Bolas!

11:02 da tarde  
Blogger david said...

Tenho apenas a dizer que euprópria é uma mártir da cidade de coimbra.
Estátua para quem tem um professor chamado Zagalo,já!

9:08 da manhã  

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