segunda-feira, outubro 17, 2005

[Aos gritos quase roucos e nove oitavas acima do timbre normal de qualquer ser humano] SAI DA CHUVA OU AINDA TE CONSTIIIIIIIIIIIIIPAS!

É verdade. Se ficarmos à chuva ainda nos constipamos. Ou então corremos o risco de sermos mortalmente trucidados por uma serra eléctrica, dessas que se passeiam pelas ruas do Rossio sem destino e cujo único objectivo é cortar cabeças (de nabo?). Mas não é de bricolage que vos venho falar hoje. Dirijo-me a vós com o intuito de… pá, não sei, já estou à algum tempo a tentar formular esta frase e nada me ocorreu por isso ficamos por aqui.
Furacões e seus derivados. A minha solidariedade vai para com as vítimas desses furacões.
No entanto, não posso deixar transparecer a minha indignação, uma vez mais, para com esses brutos, esses insensíveis rudes que ao menos podiam fazer um inventário das coisas que vão destruir. Ao menos faziam um orçamento. Vinha de lá um senhor com um bigode farfalhudo (daqueles capazes de esconder um garrafão-de-cinco-litros-de-vinho-tinto-dos-mais-rançosos-que-há-lá-dentro-juntamente-com-as-cascas-de-tremoços-ali-alojadas-há-mais-de-ano-e-meio) e uma profusa e proeminente barriga, com um lápes do tamanho de um átomo e um bloco de notas com a Cláudia Schiffer na capa e dizia, com uma saloia voz catarral: - “ora munto baim, bamosh lá a bêr no qué quisto dá. Dej euritos e num she fala mái nixo”. E, após o orçamento que durava, aproximadamente, sete segundos e meio, o shôre ia-se embora à vidinha dele porque ainda tinha de ir fazer uns orçamentos de uns terroristas que iam explodir uma retrosaria ali para os lados da Ajuda – isto porque a senhora que lhes vendeu linhas para os detonadores das bombas denunciou-os, devido ao alto teor a caril que estes exalavam, à Inspecção Geral do Trabalho e ao Ministério das Finanças e agora eles têm de declarar os rolos de nylon e os novelos de lã vermelha (estes últimos comprados ao preço da chuva, para fazerem umas camisolinhas de malha para não terem frio na hora de se rebentarem todos) que adquiriram. Sim, para quem não sabe, à parte do terrorismo, a grande arte do muçulmano-doido-que-pensa-que-por-se-despedaçar-tem-hipóteses-contra-setenta-virgens é a criação de peças de roupa de malha e a costura. Setenta virgens? Ah… nem morto!
(E esta piada, ah? “nem morto”… setenta virgens, depois de se rebentar morre… “nem morto”… ah? Que tal?) … snif.
[diagnóstico: lágrimas, lábio inferior treme, convulsões e dores lacerantes na falangeta do mindinho direito]
É verdade. Este foi o “aparte” mais longo da minha vida. E sim, eu estava a falar de furacões.
É certo que com este elevado número de furacões temos material novelístico (a nível de personagens – o Rita, o Katrina e esses todos que agora não me lembro o nome) para iniciar uma novela que destronará toda e qualquer programação televisiva. A TVI já está no encalço da produção dos furacões (até à data sem contactos bem sucedidos, uma vez que a produção está bem lá em cima…) – [piada parva] – para fazer uma novela com esses vórtices cujo único medo que têm é de serem, depois do estrelato* alcançado, convidados para o programa do Goucha.
De facto, essas bestas que têm na identificação sexual a sua maior dúvida não nos deixam sossegados. Sim, ou será o que o furacão Rita não se devia chamar “furacão Rito”? E o Katrina? É impressão minha ou esse devia chamar-se “Katrino”. É que, ou muito me engano, ou estes são furacões que recorrem ao transformismo para actuarem e ainda estão na fase da indecisão. Caramba pá, um pouquinho de decência, se fazem favor, ó furacões. Agasalhem-se, porque está um temporal desgraçado por onde vocês andam, vistam uma calça de ganga e um blazer e por mim tudo bem. Agora andarem aí com saias travadas e top’s. Com franqueza. É que ainda se constipam.

*“Estrelato” – palavra estúpida que não consta no dicionário mas que continua a ser utilizada por jornalistas, comentadores, políticos e por mim.

P.S. – É a primeira vez que recorro a um asterisco no meio de um texto e a primeira vez, também, que utilizo um post scriptum. Razão para felicidade ou mera parvoíce?

4 Comments:

Blogger Helder Mendes said...

Porque é que não consigo ver este texto correctamente formatado?

4:15 da tarde  
Blogger h22o said...

Est poste tá xeio derros pà

5:10 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

.............deixa la os furacoes..............

5:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Podias ter explicado a expressão "ao preço da chuva"! É muito cara? =P

2:13 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home