sexta-feira, agosto 19, 2005

Uma costeleta de novilho e um Substral fresquinho, se faz favor

É incontornável. Após terem constatado que escrevi “*viajem” e não “viagem” impus à minha pessoa uma penitência. Como tal, tomei a liberdade de proceder à ingestão deliberada de um copo de Mistolin e meia garrafa de Substral. Devo dizer que Substral, essa maravilha da tecnologia para plantas e seus derivados, tem um sabor a menta que fáxavôr. Devo dizer também que descobri como não queimar todo o aparelho digestivo após a deglutição de determinados compostos químicos. …Bebe-se com gelo!!! Epá, tantas vezes ouvi eu uma voz calma, monocórdica e triste que dizia: - “pais de Portugal, guardem em sítio seguro (E NÃO DEBAIXO DO LAVA-LOIÇA, ONDE É FÁCIL OS PUTOS DESCOBRIREM) detergentes e afins”. Mais tarde, vinha-se a descobrir que crianças davam entrada nos hospitais com queimaduras no aparelho digestivo. Afinal, a solução era simples. Uma pedrinha de gelo (vá, duas, caso se seja muito exigente ca bebida) e pronto. Simples.
Ok, antes de começarem a correr para o sítio onde a vossa mãe guarda este tipo de substâncias, devo dizer que declino qualquer responsabilidade caso as ingiram, uma vez que tenho um estômago de ferro – pelo menos é o que a minha mãe diz.
[Ler alto com voz de locutor de rádio da Mega FM] - Agora, tens à tua disposição um fantástico mega kit. Liga o 000 000 001 e habilita-te a ganhar o kit “Detergência”. O kit mais mega kitoso do mercado, com um mega-hiper saco de gelo incluído.
Desculpem lá o número de telefone, mas o meu computador é muito estúpido e trabalha numa linguagem binária então… pá, vocês compreendem.
Dia 10 de Agosto vi Mário Laginha num concerto ao vivo pela primeira vez. Aplausos para Mário Laginha! Onde quer que o amigo leitor esteja a ler esta trampa, aplauda.
O Sr. Mário (curiosamente, o mesmo nome do talhante onde a minha mãe compra a carne) é um mestre do piano. Genial.
A acompanhar Laginha estava Bernardo Moreira no Contrabaixo e Alexandre Frazão na Bateria. E que baterista é este senhor.
Duas coisas. Este foi o concerto daqueles que, quando tiveram de escolher um instrumento musical para aprenderem, quando ainda tinham um ano e meio de idade, escolheram logo o mais difícil de transportar da sua categoria. Senão vejamos. Mário Laginha podia ter optado por um Órgão Casio, daqueles brancos, com apenas uma oitava. Era, sem dúvida, mais fácil de levar para os concertos. Mas não. Um piano de cauda com alguns 250 kg (disse o peso ao calhas) é muito mais em conta; Bernardo Moreira bem podia ter escolhido um Cavaquinho. É mais ou menos o mesmo som e até o encostamos ao peito para tocarmos. Não. Um Contrabaixo, aquela bisarma de madeira que, quando dentro de uma flight-case apropriada, mais se parece com um carro de Fórmula 1; Alexandre Frazão podia, ah pois podia, ter comprado um Djembé ou uns Ferrinhos. Era mais em conta. Mas não, é preciso montar espalhafato. De facto, concluo que estes virtuosos gostam de complicar.
Mais uma coisa. Assisti ao concerto no beer deck do Centro Comercial Vasco da Gama. É impressão minha, ou aquilo estava cheio? (O concerto era gratuito). É impressão minha, ou aquilo estava cheio de gente a jantar? É impressão minha, ou aquilo estava cheio de gente a jantar, tendo em conta que 93 por cento das pessoas que ali estavam nem gostam de Jazz? É impressão minha, ou assistir a um concerto de Jazz com o cheiro a costeleta de novilho não é um serão agradável?
…é impressão minha, ou estou com medo de ter influenciado alguém para experimentar detergentes e coisas do género? Não bebam isso, por favor! Faz MUITO mal à saúde.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É bom ver que este blog procura contribuir para a construção de um mundo melhor. É uma mensagem importante a de não consumir produtos químicos. Principalmente o CIF, que tanto contribui para o aumento de leitores de Margarida Rebelo Pinto. Portanto nunca é demais salientar: Não consumir CIF.
Obrigada pela atenção e um bem-haja a todos.

7:34 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Também gramo o Laginha :)

7:48 da tarde  

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