Nunca olhes para a janela às (quase) 16:30. Faz mal
Será a grande questão do nosso tempo o facto de Saddam Hussein ter sido capturado há quase dois anos e o único prazer que as forças da coligação conseguiram ter com isso foi o facto de o verem em cuecas? …antes de pensarem algo, eu disse forças da coligação, não disse “nós”.
Ou será antes a estranha realidade dos jogos de computador, cada vez mais reais, mas que, no que toca a pérolas de entretenimento computorizado destinadas aos aficionados por automóveis, conseguem fazer com que até eu pense. É que os estúpidos dos criadores do jogo esqueceram-se de pôr uma bomba de gasolina. É que… chiça (é a primeira vez que escrevo “chiça”. Estou feliz!)… nunca vi a porcaria de uma bomba de gasolina enquanto jogava jogos de carros. Como é que é? Andam a ar? São abastecidos antes de colocarmos o CD no computador? Há algum senhor – vestido com um fato macaco todo azul e com um boné azul a fazer publicidade à gasolineira mais antiga do mundo, com umas botas castanhas com mais de 7 anos, com a barba por fazer, com um palito na boca, com mais gordura na pele que a reserva de banha de porco do talho do Sr. Mário, a mastigar uma pastilha elástica da qual já extraiu petróleo e um sotaque texano do piorio – para por gasolina nos carros antes de começarmos a jogar? É que devia haver.
Outra. Esses carros são feitos de quê? Adamantium, não?... é que… com franqueza. Há bons e maus condutores. Depois há eu. E depois ainda há os outros.
Então como é que é? Um gajo espeta-se na primeira curva porque tem logo o estúpido hábito de começar a jogar com o melhor carro que tem à disposição – aquele que é o mais potente mas que, em contrapartida (e os-senhores-de-bigode-piroso-que-fazem-jogos-são-uns-sacanas e fazem questão de nos lembrar) é o mais difícil de conduzir. Depois de se ter espetado na primeira curva que encontrou, está a sair dela e é abalroado pela manada de carros que tinha ultrapassado (todo contente e feliz) no arranque da corrida. Ainda a refazer-se do choque (ah? A refazer-se do “choque”…ah? Do choque…do choque… não sei se apanharam o duplo signif… ok, não.) e já a conduzir à modesta velocidade de 150 milhas por hora – mais uma vez os-senhores-do-bigode-piroso-e-pullover-aos-losangos-que-fazem-jogos pensam que eu os entendo e põem aqueles conta-quilómetros rançosos em milhas por hora. Sim, porque eu cá em Portugal faço muitas milhas quando ando de carro – deparo-me com um muro e uma das curvas mais apertadas da história da humanidade. Não há tempo para nada senão para chorar. O carro bateu. Mas não há problema. Continua-se a andar.
Mas afinal onde é que isto vai parar? Não vai. É o que eu digo. Se os construtores de automóveis apostassem no material de que são feitos os carros dos jogos que eu jogo, não haveriam tantas mortes na estrada e o mundo era bem mais feliz. Um gajo batia a 87,4 km/h c’o carro, baixava a janela e dizia: - “oh amigo, deixe lá isso… boa viajem” e cada um ia á sua vida, contando que a próxima vez que batesse dar-se-ia o maior capotamento de que há memória e todos seguiriam a sua vidinha como se nada se tivesse passado.
Entrei no IKEA. E nunca mais de lá consegui sair. Não por estar deslumbrado ou maravilhado por ver objectos e utensílios que, embora tenham a funcionalidade de uma faca, por exemplo, têm o formato de uma longa beringela (primeira coisa que me ocorreu para explicar a monstruosidade que vai na cabeça dos designers suecos) mas sim por aquilo ser estupidamente grande e confuso. Cheguei a um ponto tal em que as lágrimas que escorriam do meu rosto eram enxugadas pelas toalhas da zona “Cozinhas e material para culinária”.
São quase 16:30. Trabalho num sexto andar. Está um senhor gordo, em tronco nú e com as calças de ganga tão mal apertadas que lhe consigo ver um pouco do rabo, do lado de fora da janela, a beber uma Diet Coke Light do Lidl.
Tenho medo.
Ou será antes a estranha realidade dos jogos de computador, cada vez mais reais, mas que, no que toca a pérolas de entretenimento computorizado destinadas aos aficionados por automóveis, conseguem fazer com que até eu pense. É que os estúpidos dos criadores do jogo esqueceram-se de pôr uma bomba de gasolina. É que… chiça (é a primeira vez que escrevo “chiça”. Estou feliz!)… nunca vi a porcaria de uma bomba de gasolina enquanto jogava jogos de carros. Como é que é? Andam a ar? São abastecidos antes de colocarmos o CD no computador? Há algum senhor – vestido com um fato macaco todo azul e com um boné azul a fazer publicidade à gasolineira mais antiga do mundo, com umas botas castanhas com mais de 7 anos, com a barba por fazer, com um palito na boca, com mais gordura na pele que a reserva de banha de porco do talho do Sr. Mário, a mastigar uma pastilha elástica da qual já extraiu petróleo e um sotaque texano do piorio – para por gasolina nos carros antes de começarmos a jogar? É que devia haver.
Outra. Esses carros são feitos de quê? Adamantium, não?... é que… com franqueza. Há bons e maus condutores. Depois há eu. E depois ainda há os outros.
Então como é que é? Um gajo espeta-se na primeira curva porque tem logo o estúpido hábito de começar a jogar com o melhor carro que tem à disposição – aquele que é o mais potente mas que, em contrapartida (e os-senhores-de-bigode-piroso-que-fazem-jogos-são-uns-sacanas e fazem questão de nos lembrar) é o mais difícil de conduzir. Depois de se ter espetado na primeira curva que encontrou, está a sair dela e é abalroado pela manada de carros que tinha ultrapassado (todo contente e feliz) no arranque da corrida. Ainda a refazer-se do choque (ah? A refazer-se do “choque”…ah? Do choque…do choque… não sei se apanharam o duplo signif… ok, não.) e já a conduzir à modesta velocidade de 150 milhas por hora – mais uma vez os-senhores-do-bigode-piroso-e-pullover-aos-losangos-que-fazem-jogos pensam que eu os entendo e põem aqueles conta-quilómetros rançosos em milhas por hora. Sim, porque eu cá em Portugal faço muitas milhas quando ando de carro – deparo-me com um muro e uma das curvas mais apertadas da história da humanidade. Não há tempo para nada senão para chorar. O carro bateu. Mas não há problema. Continua-se a andar.
Mas afinal onde é que isto vai parar? Não vai. É o que eu digo. Se os construtores de automóveis apostassem no material de que são feitos os carros dos jogos que eu jogo, não haveriam tantas mortes na estrada e o mundo era bem mais feliz. Um gajo batia a 87,4 km/h c’o carro, baixava a janela e dizia: - “oh amigo, deixe lá isso… boa viajem” e cada um ia á sua vida, contando que a próxima vez que batesse dar-se-ia o maior capotamento de que há memória e todos seguiriam a sua vidinha como se nada se tivesse passado.
Entrei no IKEA. E nunca mais de lá consegui sair. Não por estar deslumbrado ou maravilhado por ver objectos e utensílios que, embora tenham a funcionalidade de uma faca, por exemplo, têm o formato de uma longa beringela (primeira coisa que me ocorreu para explicar a monstruosidade que vai na cabeça dos designers suecos) mas sim por aquilo ser estupidamente grande e confuso. Cheguei a um ponto tal em que as lágrimas que escorriam do meu rosto eram enxugadas pelas toalhas da zona “Cozinhas e material para culinária”.
São quase 16:30. Trabalho num sexto andar. Está um senhor gordo, em tronco nú e com as calças de ganga tão mal apertadas que lhe consigo ver um pouco do rabo, do lado de fora da janela, a beber uma Diet Coke Light do Lidl.
Tenho medo.
3 Comments:
AAAAHHHH!!! VIAGEM COM 'J'!!! PELA SEGUNDA VEZ NESTE BLOG!!
*.*treco*.*
E acabei eu Língua e Expressão do Português com 15 valores. Vou dar um tiro na cabeça (de quêm?).
Ver rabos a sair das calças é deveras mau. Um abraço solidário.
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