terça-feira, julho 25, 2006

A Odisseia de Josélito no País da Farfalhuda #16

Capítulos reunidos mesmo aqui.
Capítulo XVI
Zé Tó sorriu, de verdade. Mas esse sorriso desapareceu de seguida. Quando releu a mensagem e se apercebeu que iria ter de cumprimentar Paulo China. Ex-gordo, ex-amigo de futebolistas, ex-designer de moda e profissional da restauração. Zé Tó sabia que atrás desse indivíduo viria uma manada de fotógrafos. E sabia (raios e coriscos) que teria de se fazer fotografar com Paulo China para que este conseguisse saciar a sua gula de protagonismo, vedetismo e para acalmar o seu ardor na zona das virilhas. Zé Tó viu no céu a sua salvação. Uma avioneta passava com a inscrição "Em Fátima visite o Museu da Cera!". O dilema não era simples: Paulo China e os seus sovacos rapados ou um museu com motivos religiosos onde o cheiro a cera se misturava com o cheiro a bafio das velhas beatas? Quando deu por si, no espaço de uma elipse sem sentido, no Expresso para Fátima, Zé Tó percebeu que regressava a um local onde não tinha sido feliz. E pensou profundamente e profundamente até bater no fundo do pensamento. E acordou. Acordou para descobrir, assustado e suado nas zonas côncavas do corpo, que Jorge Gabriel se tinha escondido numa mala e que gritava histérico mas extrema e irritantemente feliz, como sempre, no compartimento das bagagens. Não era difícil perceber o que ele gritava.
Aqui encontrar-se-ão os novos capítulos. E aqui também, apesar de ser o mesmo local.