sexta-feira, fevereiro 10, 2006

O Pereira? Está... como dizer... está c'as calças na mão!

Foi inventada a vacina para a diarreia. Quer dizer, a vacina não é para a diarreia, é para o ser humano. Pensando melhor, é para combater a diarreia. Ok, não interessa. O que interessa é que nunca gostei muito da expressão “combater (doença X)”. Idealizemos o seguinte cenário: Normandia – norte da costa francesa. A diarreia está instalada num bunker, tendo como reféns o intestino grosso e sete rolos de papel higiénico. O pobre do sétimo rolo de papel higiénico nem era para estar ali. Afinal, ele não passa de uma promoção de “Pague seis, leve sete”. Ele nunca quis ir para a guerra. O medo está instalado. Há três dias que os rolos de papel higiénico (daqueles bem rascos, cuja suavidade se assemelha a uma bofetada de Bud Spencer) não contemplam um rabo, quanto mais tocá-lo. A situação é desesperante. Chuck Norris e Steven Seagal ambos são chamados para intervir na situação e tirar de lá os reféns, mas a brutalidade com que tratam das coisas de nada serve. Embora Norris tenha partido (ao rotativo) todos os narizes existentes na Normandia e Seagal ter esventrado (com um cutelo) todos os abdomens que ali residem, a diarreia não se deixou intimidar pelas cruéis e estúpidas acções dos dois piores actores do mundo e passou à acção propriamente dita. Seagal e Norris ainda hoje sofrem mazelas, visto terem estado cinco dias sentados numa sanita, tendo gasto mais em descargas de autoclismo do que todos os estúdios de televisão portugueses quando recebem o José Castelo Branco.
De facto, nada trava a diarreia. Se Steven Seagal e Chuck Norris, juntos, não o conseguem então, quem conseguirá? Pensou-se em Speedy Gonzales mas, de acordo com fonte segura, Gonzales está algures no México a correr.
Diarreia resiste. Os rolos de papel higiénico não aguentam mais – gritos de ordem ecoam por entre as paredes da cela onde estão presos: “Preços mais baixos, queremos preços mais baixos!”. Desde logo são esbofeteados pelo intestino grosso que lhes faz companhia na cela. O desgraçado, que desde cedo, na infância, era alvo da chacota de órgãos como o pâncreas, os rins e os pulmões, visto não ter mais de 1,4 metros de altura e ser estupidamente mal-cheiroso, vingava-se agora, tendo adquirido o estatuto de “todo grosso” junto da vesícula biliar, o seu grande amor. A diarreia sabia do fraco estado emocional do intestino grosso e atacou, sem Lá nem piedade. (sim, é que é sempre “sem dó nem piedade”; ora, se é para escrever notas musicais, porque não o Lá?).
Mas… esperem. Ao som de uma das intermináveis sinfonias de Ludwig van Beethoven surge ela, a vacina. (está por confirmar o nome, uma vez que a vacina está ainda num processo de selecção de nome. “Mata cagalhões”, “Agora já não te cagas todo”, “Vai ser uma limpeza” ou “Esquece lá isso do papel higiénico” são, de acordo com comunicado, alguns dos nomes que pesam na escolha da vacina).
E pronto. Tudo se resume a isto. A vacina destrói a diarreia com, ironia das ironias, pedaços dessa mesma diarreia, e liberta os rolos de papel higiénico, já bem amarelos. O intestino grosso presenteia a vacina com uma exuberante sessão de flatulência, que, mais tarde, destrói todas as linhas inimigas montadas pela diarreia.

Apesar de toda a beleza da situação, há algo que me deixa inquieto. A vacina só pode ser administrada a pessoas cuja idade se situe entre as 6 e as 32 semanas.
…MAS QUE RAIO!!! Então e eu? Continuo-me a cagar todo?

Mas nem tudo são rosas. Ou nem tudo é prisão de ventre. Até à data, o Ultralevur está em parte incerta. Ninguém conhece o seu paradeiro. Sabe-se, porém, que será feita uma homenagem póstuma a este obstipante que tantas idas à sanita poupou a milhões de pessoas no mundo.

1 Comments:

Blogger Anaoj said...

Acerca do Steven Seagal, deixo apenas um pensamento que encontrei nas minhas fantásticas viagens pelo mundo cibernáutico:

"Steven Seagal can make an ass kick itself."

5:24 da tarde  

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